O ministro da Presidência defendeu, esta quinta-feira, que “a garantia da segurança dos portugueses não é um tema banalizável”, atribuindo as críticas da oposição à desvalorização desta matéria e até a “consciência pesada”.
Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, Leitão Amaro foi questionado se a conferência de imprensa do primeiro-ministro na quarta-feira, em horário nobre televisivo, a partir de São Bento, sobre segurança não poderia banalizar este tipo de comunicações.
“Não, o tema da segurança não é banalizável. E, sim, quando o primeiro-ministro fala, com os ministros, com os chefes das forças de segurança ao lado, está a dar a importância que o tema tem, e que o tema tem para o Governo e que o tema da segurança tem para os portugueses”, defendeu.
Para o ministro, “quem tem falado no espaço público provavelmente discorda desse tema”, numa resposta às críticas da oposição e, em particular, ao PS.
“Provavelmente, não pode dizer como dizemos, que tomaram medidas para que a capacidade, a valorização das forças de segurança, dos seus agentes de polícias e guardas fosse reforçada como este Governo está a reforçar. Mas isto não é sobre exercícios de consciência ou de consciência pesada de alguns”, afirmou.
Leitão Amaro acusou ainda alguns atores políticos de “não compreenderem o país”, nem as prioridades dos portugueses.
“Se há quem não compreenda a importância para os portugueses da preservação da sua segurança, os portugueses podem saber que este Governo compreende. Para este Governo garantir a segurança dos portugueses é uma prioridade clara e, infelizmente, há quem não compreenda isso”, apontou.
O ministro considerou que, para que Portugal continue a ser “um dos países mais seguros do mundo”, o Governo tem de garantir que, nos momentos de maior tensão, as forças de segurança portuguesas podem atuar “com grande qualidade e abnegação”.
“E por isso é preciso agradecer às forças de segurança e foi também isso que o Governo português fez e que o primeiro-ministro e as ministras fizeram”, disse, reiterando o orgulho do executivo nesse trabalho.
“Quem acha que o país ser seguro é um dado que se pode dar por adquirido e que não se tem que fazer e lutar por ele e por essa segurança, creio que não compreendeu bem o que é o país e o que é que os portugueses querem”, insistiu.
Todos os partidos da oposição criticaram a conferência de imprensa do primeiro-ministro, depois de Luís Montenegro, na quarta-feira, em horário nobre televisivo, a partir de São Bento, ter anunciado que o Governo ia aprovar, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros uma autorização de despesa de mais de 20 milhões de euros para a aquisição de mais de 600 veículos para PSP e GNR.
O secretário-geral do PS, em concreto, acusou o primeiro-ministro de revelar falta de sentido de Estado ao alimentar a perceção de insegurança em Portugal e tentar apropriar-se da ação das forças de segurança para propaganda pessoal.
No final de uma reunião de cerca de uma hora com as ministras da Justiça e da Administração e com os responsáveis máximos da PJ, GNR, e PSP e com o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna, Montenegro reiterou que Portugal “é um dos países mais seguros do mundo”, mas defendeu que não pode “viver à sombra da bananeira” nesta matéria.
“Portugal é um país seguro, mas é preciso não viver à sombra da bananeira”