Se pensa que o trabalho no escritório é cansativo, imagine-se a realizar qualquer tipo de função que obrigue a trabalhar com as mãos acima do nível da cabeça, muitas vezes a suportar simultaneamente o peso de uma peça ou a manusear uma ferramenta. Precisamente o tipo de trabalho que é vulgar nas linhas de montagem de qualquer construtor de automóveis, ou na oficina de qualquer concessionário. Para ajudar a reduzir o esforço suportado pelo trabalhador, que facilmente conduz a lesões, a Hyundai Motor Co. desenvolveu braços robóticos que reduzem em 60% a carga suportada ao nível dos ombros.
Desde que adquiriu em 2020 a norte-americana Boston Dynamics, o Grupo Hyundai reforçou a sua divisão de robótica, aproveitando o potencial desta especialista em robôs criada como spin-off do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Além de humanóides e modelos de quatro patas, o construtor sul-coreano desenvolve igualmente exoesqueletos para facilitar (e acelerar) determinadas tarefas executadas por seres humanos.
Esta nova “ferramenta”, denominada X-ble Shoulder, é um dos mais pequenos e simples acessórios robóticos concebidos pela Hyundai Robotics Lab, uma vez que suporta apenas a maioria do esforço aplicado sobre o ombro e o braço até ao cotovelo. Além da carga sobre o ombro ser reduzida em 60%, amputando ainda em 30% o esforço a que o músculo deltoide fica sujeito, o X-ble Shoulder permite ao trabalhador trabalhar mais tempo e sem esforçar a estrutura muscular e as articulações.
Este tipo de mini-exoesqueletos não é novo, mas a Hyundai assegura que este funciona particularmente bem. O truque está no software que gere o módulo que determina o esforço do músculo e controla o X-ble Shoulder. Capaz de realizar 700.000 movimentos por ano, este braço robótico pesa apenas 1,9 kg, uma vez que é construído parcialmente em fibra de carbono. E o X-ble Shoulder está disponível em duas versões, a mais simples capaz de disponibilizar ao operário uma força de 2,9 kgf, para a mais possante garantir 3,7 kgf.