Uma organização não governamental denunciou esta quarta-feira que são mais de 130 as pessoas que morreram na sequência dos confrontos num encontro de futebol na Guiné, mais do dobro dos números oficiais.

O presidente da Alliance des Jeunes Leaders de la Forêt, Emmanuel Fassou Sagno, indicou que, de acordo com dados recolhidos junto do hospital local de N’Zérékoré, morreram mais de 130 pessoas, a maior parte menores de idade.

Na terça-feira, uma outra organização, o Conselho Superior da Diáspora Forestière, tinha mencionado, através das redes sociais, cerca de três centenas de mortos, naquele que seria o maior incidente num evento desportivo, superando os cerca de 150 em Conacri, em 2009.

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos guineense, Yaya Kairaba Kaba, referiu que está a decorrer uma investigação e criticou “a difusão nas redes sociais de informações não verificadas”, que “podem alterar a ordem pública”.

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A “debandada mortal” em confrontos entre adeptos de um jogo de futebol na cidade de N’Zérékoré, na Guiné, causou no domingo pelo menos 56 mortos, indicaram fontes médicas do governo local.

Guiné-Conacri. Pelo menos 52 mortos em confrontos após jogo de futebol

“As manifestações de insatisfação com as decisões de arbitragem levaram ao arremesso de pedras por parte dos adeptos, que provocaram debandadas mortais”, afirmou o governo, num comunicado de imprensa difundido na televisão nacional.

De acordo com a imprensa, tratou-se de um jogo dedicado ao chefe da Junta Militar, Mamadi Doumbouya, que chegou ao poder após um golpe de Estado que liderou em setembro de 2021.

Estes torneios de futebol têm proliferado nas últimas semanas na Guiné e são vistos como eventos de apoio à possível candidatura do Doumbouya nas próximas eleições presidenciais.

A junta comprometeu-se, inicialmente, sob pressão internacional, a ceder o lugar aos civis eleitos antes do final de 2024. Desde então, fez saber que iria quebrar a sua promessa.