Um homem detido na terça-feira por suspeita de ter ateado em setembro um incêndio em Oliveira de Azeméis não teve “qualquer motivação financeira, social ou monetária”, adiantou esta quarta-feira o coordenador da secção de incêndios da Polícia Judiciária (PJ) do Porto.

“Não teve qualquer participação de terceiros, nem resultou para o indivíduo qualquer benefício financeiro, monetário ou social”, explicou Marco Oliveira em conferência de imprensa, na sede da PJ do Porto.

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O inspetor-chefe revelou que o presumível incendiário, detido na terça-feira na sequência de buscas domiciliárias, tem 24 anos, é operário fabril numa empresa de metalomecânica e reside em Ossela, Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, localidade onde terá ateado três focos de incêndio.

Segundo Marco Oliveira, o suspeito, sem antecedentes criminais, terá usado um isqueiro para atear os fogos.

O detido terá circulado com uma moto à volta da localidade de Ossela onde terá ateado três fogos que progrediram e criaram um único fogo, explicou.

Este incêndio iniciou a 14 de setembro e só foi combatido a 20, tendo consumido mais de 6.000 hectares de floresta, mato, habitações, equipamentos e edificados em Oliveira de Azeméis.

Este fogo convergiu, devido às condições meteorológicas, com os incêndios de Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha no mesmo período que, no total, consumiu mais de 35 mil hectares de mato, floresta, habitações e dos quais resultaram nove mortes, recordou.

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Marco Oliveira salientou, contudo, que as mortes não resultaram deste incêndio de Ossela.

“Não há vítimas mortais associadas a este incêndio [Ossela]”, reforçou.

O presumível incendiário vai esta quarta-feira ser presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.