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O exército de Israel anunciou uma “primeira retirada” de uma localidade no sul do Líbano, onde foi substituído por soldados libaneses, após a entrada em vigor de um cessar-fogo.
Na quarta-feira, as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram, na rede social X, que tinham “completado a missão em Jiam, no sul do Líbano”.
This morning (Wednesday), the 7th Brigade concluded their mission in Khiam in southern Lebanon.
In accordance with the ceasefire understandings and with the coordination of the United States, soldiers of the Lebanese Armed Forces are being deployed in the area together with… pic.twitter.com/fJuaDJfqWn
— Israel Defense Forces (@IDF) December 11, 2024
“De acordo com os termos do cessar-fogo e em coordenação com os Estados Unidos, os soldados das forças armadas libanesas estão a ser destacados para a área” ao mesmo tempo que a Força Interina da ONU no Sul do Líbano (FINUL), disseram.
Também o Comando Central do exército dos EUA (Centcom), responsável pelo Médio Oriente, disse que as IDF abandonaram a localidade de Jiam, no sul do Líbano, “no quadro do acordo” de cessar-fogo com o grupo xiita libanês Hezbollah.
O líder do Centcom, o general Erik Kurilla, disse que “este é um primeiro passo importante na implementação de uma cessação duradoura das hostilidades”, de acordo com um comunicado.
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, saudou os esforços do exército libanês para alcançar a “estabilidade no sul do país”.
O envio de soldados para “as regiões de Jiam e Marjayoun representa um passo fundamental”, acrescentou, numa mensagem na rede social X.
إنَّ تمركز وحدات الجيش في منطقتي الخيام ومرجعيون اليوم يمثل خطوة أساسية لتعزيز انتشار الجيش في الجنوب، تنفيذاً لقرار وقف إطلاق النار و نحن نحيي جهود الجيش في هذه المهمة التي يقوم بها ومتابعة قيادته الحثيثة لكل ما من شأنه إرساء الاستقرار في الجنوب
— Najib Mikati (@Najib_Mikati) December 11, 2024
A FINUL e o exército libanês entraram na quarta-feira em Jiam para verificar a retirada israelita da cidade antes do destacamento das Forças Armadas na zona.
Jiam é uma cidade estratégica, porque se situa numa colina a seis quilómetros da fronteira com Israel e foi palco de fortes combates entre as forças israelitas e o Hezbollah durante a recente ofensiva de Israel no sul do Líbano.
É um local simbólico porque, quando Israel ocupou o sul do Líbano durante a guerra civil no país árabe (1975-1990), ali se situou um centro de detenção famoso pelas torturas e gerido por uma milícia cristã libanesa, agora extinta, aliada dos israelitas, o Exército do Sul do Líbano.
Desde 27 de novembro, está em vigor um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, que prevê a retirada das forças israelitas do sul do Líbano e a retirada do grupo xiita a norte do rio Litani num prazo de 60 dias.
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, as forças israelitas têm bombardeado armamento e infraestruturas do Hezbollah, em especial no sul do Líbano, ao passo que o Hezbollah disparou ‘rockets’ para o norte de Israel em pelo menos uma ocasião.
Mesmo assim, o cessar-fogo continua em vigor e os ataques diminuíram consideravelmente.
Na quarta-feira, cinco pessoas morreram em ataques israelitas no sul do Líbano, informou o Ministério da Saúde libanês.
A guerra entre Israel e o Hezbollah já causou mais de quatro mil mortos no Líbano desde o início da incursão terrestre israelita lançada em outubro, indicaram as autoridades libanesas.