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Trincão, o irrequieto que não gosta de presentes no sapatinho fez nascer um leãozinho (a crónica do Sporting-Boavista)

O Sporting saiu de Alvalade com os três pontos, depois de um jogo aquém, perdulário e a disfarçar as dificuldades. Boavista com poucos recursos colocou leão à prova, mas Trincão reapareceu (3-2).

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Francisco Trincão foi a figura da partida, apontado dois golos

AFP via Getty Images

Francisco Trincão foi a figura da partida, apontado dois golos

AFP via Getty Images

Incerteza, receio e muitas dúvidas. A ida do Sporting à Bélgica, para defrontar o Club Brugge, agravou a crise de identidade e resultados dos leões (2-1). A derrota aumentou a contestação sobre João Pereira e o encontro terminou com um clara divisão entre a equipa e os adeptos, que atiraram um tocha para o relvado e atingiram uma assistente do recinto. Nos dias seguintes, a UEFA fechou o setor da claque Juventude Leonina para o próximo jogo da Liga dos Campeões, o presidente Frederico Varandas manteve a certeza de João Pereira ser a solução para substituir Ruben Amorim e Luís Figo apelidou os leões de “equipa grande que ganha pouco e sofre muito”.

Se não procuram a sorte, podem queixar-se do azar? (a crónica do Club Brugge-Sporting)

O tempo é de incerteza e o Sporting continua a fazer correr muita tinta na imprensa — mais que o normal. Eduardo Quaresma lesionou-se na Bélgica, mas acabou por recuperar a tempo do jogo com o Boavista e essa foi, provavelmente, a boa notícia dos últimos dias para as hostes leoninas. Em sentido inverso, Gonçalo Inácio continuou de fora, apesar de estar em dúvida. Para além disso e num panorama distinto, João Pereira recebeu o diploma de conclusão do nível 3 de treinador, embora ainda não possa ser o treinador principal (só na Segunda Liga) e tenha de esperar por uma vaga no nível 4, o último. Para já, Tiago Teixeira vai continuando a assumir o papel de técnico principal no banco de suplentes.

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Ficha de jogo

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Sporting-Boavista, 3-2

14.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José de Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Sporting: Franco Israel; Eduardo Quaresma (Ousmane Diomande, 73’), Zeno Debast, Matheus Reis; Geny Catamo (Conrad Harder, 66’), Morten Hjulmand, João Simões (Henrique Arreiol, 79’), Maxi Araújo; Francisco Trincão, Geovany Quenda e Viktor Gyökeres

Suplentes não utilizados: Vladan Kovacevic; Marcus Edwards, Iván Fresneda, Ricardo Esgaio, Miguel Alves e Marco Couto

Treinador: João Pereira

Boavista: César; Pedro Gomes (Ibrahima Camará, 72’), Rodrigo Abascal, Filipe Ferreira, Augusto Dabó (Gonçalo Almeida, 72’); Seba Pérez, Miguel Reisinho, Salvador Agra, Bruno Onyemaechi (Manuel Namora, 90+1’); Joel Silva e Róbert Bozeník

Suplentes não utilizados: Tomé Sousa; Tiago Machado, João Barros, Alex Marques, Tomás Silva e Marco Ribeiro

Treinador: Cristiano Bacci

Golos: Gyökeres (23’), Bozeník (43’), Trincão (49’ e 66’) e Onyemaechi (58’)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Matheus Reis (39’), Abascal (59’), Onyemaechi (75’), Maxi Araújo (80’), Hjulmand (86’) e Seba Pérezz (90+5’), vermelho a Ferruccio Bonvini  (adjunto, 9’)

“Momento de viragem com o Boavista? Já falamos nesse momento de viragem há algum tempo. Entramos para todos os jogos para ganhar, fizemos o melhor possível também na Bélgica. Vamos entrar com toda a vontade de ganhar como nos últimos jogos e a acreditar que às vezes o destino prega algumas partidas que não vão voltar a acontecer. Se o Sporting não ganhar? Não falo em ses nem hipoteticamente. A vitória é o que dá segurança, toda a gente sabe disso. Se voltava a atender aquele telefonema do presidente? Atendia a chamada, claro, porque não sabia o que era. E voltava a dizer que sim, que quero estar aqui e que estou preparado. Continuo a achar o mesmo”, partilhou Pereira na antevisão ao encontro.

Os leões defrontaram um Boavista longe de outros tempos e em grandes dificuldades financeiras, que o impediram de fazer contratações na última janela de transferências. Fruto disso, o treinador Cristiano Bacci teve de começar a temporada com jogadores dos escalões de formação e que se encontravam emprestados a equipas de outra dimensão, ainda que tenha conseguido segurar nomes de peso como Onyemaechi, Abascal, Seba Pérez ou Bozeník. Os axadrezados chegaram a Alvalade a fazer uma temporada acima das expectativas, com duas vitórias e cinco empates, e dois pontos acima dos lugares de despromoção.

“A nossa preparação para este jogo foi igual aos outros. É só isso que posso dizer… Não sou que eu que tenho de avaliar os adversários, mas esperamos um jogo muito difícil contra uma equipa que precisa de pontos como nós. Também precisamos de pontuar e vamos fazer o nosso jogo em Alvalade. O que tiramos de positivo do nosso último jogo é que pela primeira vez na temporada conseguimos juntar dois resultados positivos. Isso é que é importante. Há sempre coisas para melhorar e mantemos a nossa mentalidade. Nunca baixamos os braços e demos sempre luta. O Sporting tem qualidade para dar a volta à situação”, analisou Cristiano Bacci.

O técnico leonino acabou por fazer apenas uma alteração no onze inicial, com Zeno Debast a substituir Ousmane Diomande na defesa, mas ficou privado de outro central nas horas que antecederam a partida: segundo a comunicação dos leões, Jeremiah St. Juste apresentou sintomas de síndrome gripal e falhou a partida. Já o timoneiro dos axadrezados também fez uma mudança, com Joel Silva a render Ibrahima Camará no meio-campo.

Como seria de esperar, o Sporting entrou dominador, mas sentiu dificuldades para superar o bloco baixo do Boavista, que entrou em campo com o objetivo de não sofrer golos. Perante um jogo de sentido único, as oportunidades foram surgindo, mas Viktor Gyökeres (9′ e 15′) e Geny Catamo (16′) não conseguiram bater no César. Foi através de um erro de Pedro Gomes que, na sequência de um pontapé de baliza, colocou a bola nos pés do sueco ao tentar atrasar para César, que os leões chegaram ao golo inaugural e da tranquilidade. No duelo com o guarda-redes, o avançado teve alguma sorte no ressalto, mas não desperdiçou (23′).

O golo teve o condão de acordar os boavisteiros durante alguns minutos, numa fase em que a turma de Bacci arriscou e conseguiu trocar a bola no meio-campo ofensivo. O Sporting, claramente com o pé fora do acelerador, apagou-se no que restou da primeira parte, baixou a intensidade, mostrou-se incapaz e a falta de confiança dos jogadores veio ao de cima. Quem não vacilou foi o Boavista que, no primeiro remate que fez à baliza de Franco Israel, marcou… em novo erro defensivo. Bruno Onyemaechi apareceu com espaço no meio e deixou para Salvador Agra na direita, que cruzou para o segundo poste, onde Robert Bozeník surgiu completamente sozinho a aproveitar a descoordenação dos centrais para empatar (43′).

O conjunto verde e branco regressou do balneário com outra atitude e, logo a abrir a etapa complementar, voltou ao comando do marcador, numa jogada em que Francisco Trincão apareceu sozinho dentro da área a completar um cruzamento de Maxi Araújo (49′). A incapacidade voltou à tona e, na sequência de uma bola longa para a esquerda, Augusto Dabó isolou Onyemaechi, que entrou no espaço entre Debast e Quaresma e atirou forte para o empate, contando com a contribuição de Israel, que ficou muito mal na fotografia (58′).

Com os axadrezados cada vez mais cansados e com dificuldades em sair para o ataque, o Sporting não precisou de muito para voltar à dianteira, bastando uma aceleração de Gyökeres pelo corredor esquerdo e um trabalho de excelência de Trincão, que recebeu de costas para a baliza e rodou bem sobre o adversário, fazendo assim o bis (66′). Pouco depois Quaresma voltou a causar calafrios, agarrou-se ao joelho e teve de ser substituído por Diomande. Essa alteração, a juntar à entrada de Conrad Harder, não produziram efeitos nos leões que, depois do terceiro golo, voltaram a revelar-se instáveis e com incapacidade de chegar ao tento da tranquilidade.

Já com Henrique Arreiol no lugar de João Simões — os dois “meninos” estrearam-se na Primeira Liga — e Marcus Edwards uma vez mais sem sair do banco de suplentes, mesmo que tenham “sobrado” duas substituições, o jogo descontrolou-se e entrou numa toada faltosa. Ainda assim, o Boavista terminou o desafio a carregar os leões, que garantiram o triunfo, o fim do jejum de quatro jogos e a manutenção da liderança com, para já, cinco pontos de vantagem para Benfica e FC Porto. Segue-se a Taça de Portugal, a meio da semana.

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