Era muito mais do que um dérbi de Manchester — o que também já era dizer muito. Manchester City e Manchester United defrontavam-se numa fase muito particular da vida de ambos os clubes, por motivos diferentes mas com problemas em comum, e motivavam mais um confronto de dimensões estratosféricas entre Pep Guardiola e Ruben Amorim. Se um precisava de ganhar, o outro estava desesperado por ganhar. E vice-versa.
Ainda assim, a semana correu melhor ao Manchester United do que ao Manchester City. Os red devils venceram o Viktoria Plzen na Liga Europa, em Old Trafford, enquanto que os citizens foram a Turim perder com a Juventus, na Liga dos Campeões. Na Premier League, o United vinha de duas derrotas consecutivas, enquanto que o City só ganhou uma das últimas seis jornadas. Resumindo e baralhando, era muito complicado designar um favorito para o dérbi deste domingo num Etihad.
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Um dérbi que começou a jogar-se ainda antes do apito inicial, nas conferências de imprensa, onde a goleada imposta pelo Sporting de Ruben Amorim ao Manchester City de Pep Guardiola, há cerca de um mês, não foi esquecida. “A influência já lá está. Todos os padrões que começaram a ter, a qualidade dos movimentos que todos fazem, as acelerações, o ritmo. Vai fazer um bom trabalho, estou absolutamente convencido disso. Gostaria de jogar este jogo como jogámos em Lisboa, acreditem em mim. Gostava de que jogássemos como jogámos em Lisboa. Não sei se vamos conseguir, mas vamos ver”, explicou o treinador espanhol.
Já o técnico português rejeitou a ideia de estar a enfrentar um City “mais fraco” do que aquele que defrontou ainda no Sporting, na Liga dos Campeões. “Não, não, não, não. As grandes equipas podem responder a qualquer momento e acho que eles estão num sítio melhor do que nós no que toca a entender o jogo, à forma como jogam, à confiança que têm. Mesmo neste momento. Estou muito concentrado nos detalhes. Quero melhorar a equipa e não posso aproveitar o jogo como um dérbi normal, com duas equipas a lutar pelo título. Ainda não estamos nesse lugar. É mais um jogo contra um adversário muito bom”, atirou.
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Ora, neste contexto, Pep Guardiola lançava Rúben Dias, Matheus Nunes e Bernardo no onze inicial, com Kevin de Bruyne e Phil Foden a surgirem no apoio a Haaland, tal como Jérémy Doku, e Jack Grealish a ficar no banco. Do outro lado, Ruben Amorim tomava uma opção técnica surpreendente e que vai fazer correr muita tinta: deixava Marcus Rashford e Alejandro Garnacho de fora da convocatória, qualificando a decisão como “uma seleção”. Assim, Højlund era a referência ofensiva, com Mason Mount e Amad Diallo como titulares e Manuel Ugarte a fazer companhia a Bruno Fernandes no meio-campo.
A primeira parte teve poucas oportunidades de golo, mas o ligeiro ascendente do Manchester United foi notório. A equipa de Ruben Amorim tinha mais bola e passava muito tempo no meio-campo contrário, ainda que de forma algo inconsequente, aproveitando também a passividade do Manchester City na hora de pressionar alto ou reagir à perda de posse. O treinador português foi obrigado a mexer logo no quarto de hora inicial, com Mason Mount a lesionar-se e a dar lugar a Kobbie Mainoo, e o marcador acabou mesmo por mexer já depois da meia-hora.
Na sequência de um canto na esquerda, cobrado à maneira curta e com cruzamento de De Bruyne, Gvardiol fugiu à marcação de Højlund e Dalot e cabeceou para bater André Onana, colocando o City a vencer (36′). O United não conseguiu propriamente ter uma reação à desvantagem, com a equipa de Guardiola a controlar os últimos dez minutos da primeira parte e a ter até algumas aproximações perigosas à baliza contrária, e Ruben Amorim foi mesmo a perder para o intervalo.
Esqueceram-se do Gvardiol, e está feito o primeiro ????
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Nenhum dos treinadores fez substituições no início da segunda parte e o Manchester United só conseguiu criar perigo já depois da hora de jogo, com Amad Diallo a cabecear na área para uma defesa atenta de Ederson (62′), sendo que o Manchester City estava obviamente mais preocupado em resguardar a vantagem mínima do que em dilatá-la. Guardiola foi o primeiro a mexer, trocando De Bruyne por Kovacic, e Bruno Fernandes desperdiçou uma enorme oportunidade para empatar ao atirar ao lado na cara do guarda-redes (74′).
Ruben Amorim só fez alterações já dentro do último quarto de hora, lançando Zirzkee, Antony e Leny Yoro de uma vez, e a história do jogo mudou pouco depois: Matheus Nunes fez um passe errado para Ederson, ofereceu a bola a Amad Diallo e acabou por cometer grande penalidade no momento em que tentou corrigir. Na conversão, Bruno Fernandes não falhou o penálti e empatou o jogo (88′). Dois minutos depois, com uma finalização brilhante, o mesmo Diallo carimbou a reviravolta (90′) e deu a vitória aos red devils.
O Manchester United venceu o Manchester City no Etihad, algo que não acontecia desde março de 2021, e Ruben Amorim voltou a bater Pep Guardiola cerca de um mês depois da goleada em Alvalade. A equipa do treinador português está agora a cinco pontos da zona de apuramento para as competições europeias, enquanto que os citizens saíram do top 4 da Premier League e estão atrás do Nottingham Forest de Nuno Espírito Santo.
Bruno Fernandes tranquilo dos 11 metros ????♂️
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Diallo a dar a volta, 2 golos em 2 minutos ????
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