O presidente do Conselho Europeu admitiu, esta quarta-feira, “as frustrações” dos Balcãs Ocidentais relativamente ao processo de adesão à União Europeia (UE), dado que estes aguardam há vários anos, destacando, porém, um “novo impulso” para avançar no alargamento à região.
“Todos sabemos que persistem alguns desafios, que os diferendos bilaterais e os dilemas da vizinhança ainda têm de ser resolvidos. Temos de nos concentrar em reformas credíveis e sustentáveis (…). Hoje, ouvimos falar das frustrações da região, mas acredito que, juntos, podemos superá-las e temos agora um novo impulso”, disse António Costa.
Em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, no final da cimeira UE-Balcãs Ocidentais, a primeira por si presidida, António Costa realçou os “progressos significativos no último ano” dos países da região, bem como o “sentido coletivo de responsabilidade e uma nova vontade de trabalhar mais e mais depressa.”.
“Por isso, devemos aproveitar ao máximo o novo impulso e criar todas as condições necessárias para o alargamento porque não há dúvida de que o futuro dos Balcãs Ocidentais está na nossa União”, salientou.
Depois de se ter reunido, ainda antes da cimeira desta quarta-feira, com líderes dos Balcãs Ocidentais em Bruxelas, o novo líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE vincou que “o momento da cimeira de hoje não poderia ter sido melhor”.
“Foi a primeira reunião que partilhei enquanto presidente do Conselho Europeu e isto põe em evidência a prioridade política de reforçar a cooperação com os Balcãs Ocidentais”, concluiu.
A primeira cimeira presidida pelo novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, juntou, esta quarta-feira, em Bruxelas, líderes da UE e dos Balcãs Ocidentais, que pretendem reforçar a parceria estratégica num contexto de tensões geopolíticas, numa altura em que países da região se encontram à espera há vários anos para entrar no bloco comunitário.
Costa fala em “excelente momento estratégico” para reforçar parceria com Balcãs
Von der Leyen defende incentivar alargamento em vez de apenas “porta aberta”
A presidente da Comissão Europeia considerou, esta quarta-feira, que, com o arranque de um “novo ciclo político”, é necessário incentivar os processos de adesão à União Europeia (UE), sendo insuficiente “deixar a porta aberta”.
“Foi a primeira cimeira deste novo ciclo político […], nos últimos anos o processo de adesão ganhou vitalidade”, disse Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa conjunta com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, em Bruxelas (Bélgica), no final da quinta cimeira entre a UE e os países dos Balcãs Ocidentais.
Na primeira cimeira de António Costa como presidente do Conselho Europeu, Ursula von der Leyen disse que a UE “precisa de se empenhar face a uma nova realidade”.
“Não é suficiente deixar apenas a porta aberta para os países que queiram entrar, precisamos de os aproximar de nós”, sustentou.
Para isso, a UE vai “trabalhar em duas prioridades: a primeira é a adesão e a outra é a integração gradual no mercado único”, completou a presidente do executivo comunitário.
Ursula von der Leyen considerou que houve “progressos impressionantes no último ano” no que diz respeito ao processo de adesão dos países dos Balcãs Ocidentais.
“O alargamento funciona, a História comprovou-o e, com cada vaga de adesão, a nossa União ficou mais forte”, advogou.
A presidente da Comissão Europeia alertou que a União Europeia “tem de se adaptar para acomodar uma família maior”, através de um “processo rigoroso”, baseado no mérito.
No entanto, “dada a situação geopolítica”, a UE “vai redobrar os esforços para apoiar” os países que querem integrar o bloco comunitário.
Em 2013, a Croácia tornou-se o primeiro dos países dos Balcãs Ocidentais a aderir à UE, enquanto a Albânia, a Bósnia-Herzegovina, o Montenegro, a Macedónia do Norte e a Sérvia têm oficialmente o estatuto de países candidatos.