António Vitorino esteve esta quinta-feira na SIC Notícias para falar como presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, mas acabou a responder sobre as presidenciais. E, depois de já ter empurrado a sua resposta sobre uma possível candidatura para o ano que vem, admitiu que está à espera do apoio do partido: “O que o PS pensa sobre presidenciais para mim é um fator muito importante de ponderação”.

Apesar de ainda não ter almoçado com Pedro Nuno Santos — como o Público noticiou, o secretário-geral do PS já almoçou com Mário Centeno e António José Seguro e planeia fazê-lo com todos os protocandidatos da área socialista –, Vitorino esteve longe de se colocar fora da corrida, dizendo acreditar que o seu percurso político deixou “marca” junto do seu potencial eleitorado.

Questionado sobre se seria fácil, como possível candidato, convencer camadas mais jovens que estão pouco familiarizadas com o seu percurso, Vitorino disse “não fazer parte dos barómetros de popularidade”, mas refletiu: “Provavelmente as camadas mais jovens não tiveram conhecimento muito direto da minha atividade política. Acho que, apesar de tudo, as gerações acima dos 30 anos têm alguma memória do que fiz, não apenas fora mas aqui como deputado, ministro. Alguma marca terá deixado”, atirou.

E lembrou que a decisão estará sobretudo sempre “dependente” da sua vontade pessoal, rematando: “Temos tempo, para o ano tratamos desse assunto”. 

Na mesma entrevista, Vitorino elogiou as mudanças que António Costa já implementou na sua primeira reunião como presidente do Conselho Europeu. “Conclusões mais curtas, reunião num só dia e focar nas questões políticas estratégicas e não naquele hábito terrível de negociar parágrafo a parágrafo. A nova dinâmica permitirá focar melhor nas prioridades e ter conclusões mais substanciais”, previu.

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Depois, comentou a multiplicação de operações policiais, que quando têm o objetivo de perseguir criminosos “faz todo o sentido”. Mas o que se passa pode ser diferente, sugeriu. “A tentativa de criar a ideia de que as operações visam um determinado grupo é verdadeiramente errado e é perigoso. Tanto aparato para tão pouco resultado? Isso não ajuda a credibilização das operações de segurança”, avisou.

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E considerou “evidente” que o Governo está “acossado” pelo Chega, que “utiliza estes temas como arma de arremesso. “Isso faz parte do jogo político, desde que daí não resulte nenhuma discriminação negativa dos imigrantes, e essa é a minha preocupação”, defendeu, excluindo que por ocupar o cargo atual, e ter sido indicado pelo atual Executivo, esteja condicionado: “Digo sempre o que penso”.

Vitorino comentou ainda as medidas da direita para acabar com o chamado “turismo de saúde”, alertando: “Evitemos deitar fora o bebé com a água do banho. A ideia de que combater uma situação de abuso, que existe e é reprovável”, se faz incluindo “os que estão em território nacional e são imigrantes”, mesmo que em situação irregular, “é uma decisão arriscada para a comunidade”, avisou.

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