A Austrália anunciou esta sexta-feira um fundo de 190 milhões de dólares australianos (114 milhões de euros) para a modernização da polícia das Ilhas Salomão.

O pacote, entregue ao longo de quatro anos, vai ser utilizado para aumentar a dimensão e a capacidade da Real Força Policial das Ilhas Salomão, em resposta a um pedido do Governo do país insular, anunciaram esta sexta-feira o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, e o homólogo das Ilhas Salomão, Jeremiah Manele.

Na declaração, os dois dirigentes indicaram que a ajuda vai apoiar as Ilhas Salomão a reduzirem a “dependência de parceiros externos ao longo do tempo”, numa aparente referência à China, como escreveu a agência de notícias EFE.

A ajuda destina-se a financiar, formar e apoiar o desenvolvimento de infraestruturas policiais, incluindo um novo centro de formação em Honiara, capital das Ilhas Salomão.

O anúncio faz parte de um plano de três fases que prevê que o arquipélago trate da própria força policial, coopere com os países vizinhos da Melanésia e, mais tarde, com os membros do Fórum das Ilhas do Pacífico, explicou Albanese em conferência de imprensa.

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Estados Unidos, Austrália e aliados estão atentos à região do Pacífico, depois de as Ilhas Salomão, cerca de 1.600 quilómetros a nordeste da Austrália, terem assinado um acordo de segurança com a China em 2022, que inclui o envio de forças de segurança chinesas a pedido de Honiara.

Isto permitiu a Pequim destacar, a pedido das Ilhas Salomão, 14 agentes, que se revezam numa base permanente e treinam as forças das Ilhas Salomão, uma situação que Albanese descreveu nesta sexta-feira como parte da decisão soberana do vizinho.

“Temos acordos com as Ilhas Salomão e parte deles visa garantir que a Austrália continue a ser o parceiro de segurança preferido”, disse Albanese.

As Ilhas Salomão, com uma população de cerca de 700 mil habitantes e consideradas pela ONU como um dos países mais pobres do Pacífico, deixaram de reconhecer a soberania de Taiwan em 2019 a favor da China, uma exigência de Pequim para os países que desejam estabelecer laços diplomáticos com a potência asiática.