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Uma das principais milícias iraquianas pró-Irão, as Brigadas Sayid al-Shuhada, garantiu esta segunda-feira que os grupos armados do país suspenderam os ataques contra Israel, na sequência do acordo de cessar-fogo iniciado a 27 de novembro no Líbano.
O porta-voz do grupo, Kazem al-Fartusi, afirmou, em declarações ao portal de notícias iraquiano Shafaq News, que “as operações das fações iraquianas contra Israel estavam ligadas às operações do [grupo xiita libanês] Hezbollah, pelo que foram suspensas após a entrada em vigor do cessar-fogo” entre as autoridades israelitas e aquela organização xiita.
No entanto, o mesmo responsável sublinhou que estas fações “não abandonaram nem abandonarão” o princípio da “unidade de frentes” contra Israel, admitindo, no entanto, que agora, perante a situação atual, é preciso “estudar bem” antes de adotar uma posição final.
“O princípio da unidade das frentes é aceite pelas fações iraquianas e não pode ser abandonado, mas são as circunstâncias que determinam e definem as posições”, sustentou, antes de afirmar que “há parceiros no Iraque que têm reservas sobre as operações e devem ser ouvidos”.
Um alto responsável da milícia Harakat Hezbollah al-Nujaba confirmou, ao jornal libanês Al Akhbar, que estes grupos chegaram a um acordo com o primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, para suspender as operações militares contra Israel face à situação na Síria.
“As fações armadas mantêm as palavras do Governo iraquiano, sobretudo depois do que aconteceu na Síria, que indica que poderá haver uma intenção de arrastar o país para um cenário pior do que a queda do regime de Bashar al-Assad, poderá haver um regresso do terrorismo ao Iraque”, explicou.
Por isso, sublinhou, estes grupos “decidiram não interferir na situação na Síria e acompanhar a situação à distância”.
Várias milícias iraquianas pró-Irão realizaram dezenas de ataques com drones e mísseis contra Israel em apoio ao Hezbollah e aos grupos armados palestinianos, na sequência do conflito desencadeado pelos ataques de 7 de outubro de 2023 pelo Movimento palestiniano de Resistência Islâmica (Hamas).
Membros das milícias iraquianas foram também destacados para a Síria em apoio do regime de al-Assad – apoiado pela Rússia e pelo Irão – que fugiu para a Rússia a 8 de dezembro, face aos avanços dos ‘jihadistas’ e rebeldes liderados pelo HTS, que já anunciaram a formação de um Governo interino sírio.