A World Vision Angola apoiou mais de 980 mil crianças vulneráveis, durante 2024, em 16 províncias do país, com a implementação de vários projetos de resposta a emergências, anunciou esta quinta-feira esta organização não-governamental de ajuda humanitária.
Numa nota sobre a resposta da World Vision Angola à seca e malnutrição em Angola, esta organização referiu que o sul de Angola continua a sofrer com a seca severa causada pelo fenómeno meteorológico El Niño de 2023/2024.
De acordo com organização, o sul de Angola enfrenta secas já há cinco anos consecutivos “e muitas famílias esgotaram os seus alimentos e reservas vivas, como gado e pequenos animais (principalmente cabritos e galinhas)”.
Para fazer face à situação, “muitos recorreram a outras atividades geradoras de renda, como a produção de carvão e a coleta de lenha”.
“A falta de produção agrícola foi exacerbada pelos altos preços dos alimentos básicos, como farinha de milho, feijão e óleo vegetal, que chegam a estar três vezes mais caros do que no mesmo período do ano passado. Isso também está a impactar as comunidades urbanas e periurbanas”, sublinha-se no documento.
Ao longo de 2024, a World Vision Angola implementou projetos de resposta a emergências com o financiamento de vários parceiros, cujas ações se basearam na identificação de crianças com malnutrição aguda severa e moderada, por agentes comunitários de saúde, encaminhando-as para unidades de saúde para tratamento com suprimentos terapêuticos e suplementares.
Durante o ano que agora finda, foram também distribuídos vales alimentares e cestas básicas para famílias com crianças afetadas pela malnutrição aguda severa e moderada, para garantir que os suprimentos terapêuticos e suplementares não sejam compartilhados entre as crianças da família.
As ações incluíram ainda a reabilitação de pontos de água, alimentados por energia solar em comunidades rurais, para garantir o acesso à água potável às famílias e o seu gado, tendo também distribuído uma mistura de milho/soja com óleo vegetal e açúcar, para crianças de até dez anos, em Centros de Alimentação Comunitária.
Para a resiliência das comunidades, a World Vision Angola apoiou Escolas de Campo para Agricultores, treinando-os em diferentes técnicas de agricultura de conservação, uso de variedades de sementes de ciclo curto e resistentes à seca, e com técnicas para regeneração de áreas desmatadas, entre outras.