Esta sexta-feira foi dia de eleições na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos da América e o atual presidente, Mike Johnson, conseguiu recolher votos suficientes para assegurar a reeleição, apesar de uma aparente divisão interna no partido. O republicano, que contou com o apoio de Donald Trump, derrotou o democrata Hakeem Jeffries.
Com mais cinco deputados do que o Partido Democrata, os 220 republicanos na câmara baixa do Congresso norte-americano seriam suficientes para garantir a permanência de Johnson no cargo, se todos votassem em concordância. No entanto, se pelo menos dois membros do partido votassem em sentido contrário, os planos do próximo Presidente dos EUA podiam ficar em risco: sem uma maioria, seria necessária uma nova ronda de votações.
E foi exatamente o que aconteceu. Ou melhor, quase. Os republicanos Thomas Massie, Ralph Norman e Keith Self não votaram a favor do incumbente e, deste modo, estiveram muito perto de provocar uma segunda volta, levando mesmo à saída momentânea de Johnson da sala. Depois de um longo intervalo, uma reunião com Norman e Self foi suficiente para reverter a votação inicial.
A oposição interna do partido à reeleição de Johnson acabou por se manter em silêncio durante a primeira “chamada”, deixando a porta aberta para um segundo mandato do republicano. Nos dias que antecederam as eleições na Câmara, vários membros do partido manifestaram a sua incerteza sobre a permanência de Mike Johnson no cargo. Apesar destas disputas ideológicas, a frente mais à direita do partido acabou por ceder.
Donald Trump reagiu ao resultado na sua Truth Social, congratulando o eleito por ter recebido um “voto de confiança sem precedentes”. “Mike será um ótimo presidente, e o nosso país será o beneficiário”, escreve o líder republicano, acrescentando que os Estados Unidos da América “serão melhores do que nunca”.
O processo eleitoral na Câmara dos Representantes é composto por uma “chamada nominal”, percorrendo todos os assentos até que uma maioria seja atingida. Os membros dos partidos não são obrigados a votar pelo candidato internamente eleito e os próprios candidatos podem votar como desejarem — apesar de nunca haver surpresas neste voto. Contando com a presença de todos os deputados na Câmara, o número mágico necessário para a eleição de um presidente é 218 votos.
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