O estilo com que se apresentou em Itália não passou ao lado de ninguém, a autoridade nas imagens iniciais de treinos em Milanello não demoraram a tornar-se virais, a primeira conferência de imprensa com Zlatan Ibrahimovic, diretor desportivo do AC Milan, valeu tanto pelas palavras do que pelas imagens. Após a saída de Paulo Fonseca, Sérgio Conceição tomou conta do mundo rossoneri a correr contra um tempo que não pára mas que seis meses depois o colocou na Liga e no futebol que mais queria no seguimento dos sete anos no comando do FC Porto. No mínimo, o português deveria ser um treinador animado – ou não. ” Nada emocionado. Estou constipado, com febre de 39º…”, comentou na antecâmara da estreia em tudo especial, do contexto competitivo ao facto de jogar em Riade, passando pela curiosidade de defrontar o filho Francisco.
Depois de um português, segue-se outro: Sérgio Conceição é o novo treinador do AC Milan
“Quero vencê-lo, assim como ele me quer vencer. Em casa é meu filho, em campo é um adversário e ele pensa da mesma forma. Amanhã [Sexta-feira] espero poder comemorar e ser melhor. Gosto das caraterísticas dele, é um jogador de qualidade, tanto tecnicamente quanto na leitura de jogo. É irreverente. Pode sair-se bem em Itália. Nós não temos muito tempo para trabalhar e há lesões mas isso não pode ser uma desculpa, queremos vencer para jogar a final”, balizou Sérgio Conceição, ciente do “teste” que iria enfrentar na Arábia Saudita já depois do triunfo do Inter com a Atalanta que valeu nova final aos nerazzurri.
Sérgio Conceição desvaloriza duelo com o filho Francisco na estreia pelo AC Milan
“A Juventus é a equipa que menos golos sofreu no Campeonato, têm muitos jogadores de qualidade. No último jogo do Campeonato contra o AC Milan, vi duas equipas com medo, tinham mais vontade de não perder do que vontade de vencer. Teremos de ser compactos, competitivos e agressivos. Os jogadores técnicos que não se dedicarem à equipa não me servem de nada porque só a técnica não basta. Trabalhamos todos os dias para obter resultados e em maio faremos as contas”, acrescentou ainda antes de um duelo contra o conjunto de Thiago Motta que tinha no registo da Serie A um espelho daquilo que tem sido a temporada até agora, não registando qualquer derrota mas levando 11 empates num total de 18 partidas.
“Não há apenas um problema mas sim muitas coisas que não funcionaram. Penso que o Paulo [Fonseca], um treinador sério, bom, que conheço há muitos anos, também teve períodos e jogos bons aqui, outras vezes menos, mas é normal para um treinador. Procuramos sempre a perfeição mas não é possível. Se vou mudar? Não tenho de mudar agora, tenho 50 anos. Há 13 anos que faço este trabalho, os jogadores sabem que têm à sua frente uma pessoa justa e direta. Há uma comunicação direta, olhos nos olhos, e peço aos jogadores que deem o seu melhor nos treinos. O futebol é muito simples: há uma baliza onde se pode marcar um golo e outra onde não se pode sofrer. O meu tiki taka é meter a bola lá dentro. Vamos fazer tudo para ficar em lugares de acesso à Liga dos Campeões, mesmo que haja muito trabalho a fazer. Tenho confiança neste plantel. Não há desculpas”, tinha salientado na conferência de apresentação ao lado de Zlatan Ibrahimovic.
Com ou sem desculpas, o calendário era tudo menos fácil. Podendo ou não ficar em Riade para a final de segunda-feira, o AC Milan teria depois duas partidas de vitória “obrigatória” pare recuperar na Serie A frente a Cagliari (dia 11) e Como (dia 14) antes de novo duelo com a Juventus em Turim para o Campeonato (dia 18), encontros para a Liga dos Campeões com Girona (dia 22) e Dínamo Zagreb (dia 29), uma receção ao Parma (dia 26) e um início de fevereiro logo com o dérbi frente ao Inter. Todo esse calendário pode esperar, com Sérgio Conceição a deixar o melhor cartão de apresentação com uma reviravolta para a vitória antes de um sentido abraço e um beijo ao filho Francisco, que foi depois cumprimentar todos os adjuntos.
Abraço sentido entre Sérgio e Francisco Conceição, pai e filho ????#sporttvportugal #TAÇAnasporttv #supertaçaitalia #JuventusFC #ACMilan pic.twitter.com/qO31MTJr3y
— sport tv (@sporttvportugal) January 3, 2025
Ainda antes do apito inicial, uma das maiores curiosidades do duelo em Riade esfumou-se: o ala Francisco Conceição, que iria mais uma vez fazer parte das opções iniciais de Thiago Motta, lesionou-se no período de aquecimento e foi logo retirado da ficha de jogo, dando lugar a Kenan Yildiz no onze da Juventus. Do lado do AC Milan, que voltava a não contar com Rafael Leão por motivos físicos, Sérgio Conceição fez duas mexidas por opção e uma forçada (Pulisic por Chukwueze), promovendo a titularidade de Tomori e Bennacer para as vagas de Gabbia e Terracciano e mantendo o mesmo 4x3x3 mas com posicionamentos e dinâmicas diferentes daquelas que eram colocadas por Paulo Fonseca que enfrentaram dificuldades no quarto de hora inicial pela pressão com linhas muito subidas da Juventus que bloqueava a construção de Bennacer e Reijnders.
Francisco lesionou-se no aquecimento e já não foi titular no duelo de 'Conceições'.pic.twitter.com/QGnewZT55b
— B24 (@B24PT) January 3, 2025
Primeiro jogo de Sérgio Conceição no comando técnico do AC Milan ???????? #sporttvportugal #TAÇAnasporttv #supertaçaitalia #JuventusFC #ACMilan pic.twitter.com/ORlj6GFOZl
— sport tv (@sporttvportugal) January 3, 2025
A história da primeira parte ficou sobretudo reduzida a esse ponto que fez toda a diferença. Fofana, já perto do intervalo, teve um remate que saiu ao lado da baliza de Di Gregorio (44′) mas foi a Vecchia Signora que esteve quase sempre por cima, não só a evitar as transições dos rossoneri mas também a criar situações de perigo no último terço contrário. Maignan foi uma das unidades em melhor plano no AC Milan mas nada conseguiu fazer no lance que originou o primeiro golo da partida, com Mbangula a receber no corredor central, a colocar a bola entre central e lateral para a desmarcação na diagonal de Kenan Yildiz e o turco a rematar forte ao ângulo para o 1-0 que fez toda a diferença nas contas da primeira metade (21′).
A assistência orientada de Mbangula e o tiro de Kenan Yıldız não deram hipótese ao Milan ????#sporttvportugal #TAÇAnasporttv #supertaçaitalia #JuventusFC #ACMilan pic.twitter.com/5QaoyjWwdy
— sport tv (@sporttvportugal) January 3, 2025
O segundo tempo, que começou com um atraso de alguns minutos pela demora no regresso ao campo do AC Milan, teve um arranque a todo o vapor com Yildiz a ameaçar mais um golo num remate cruzado que passou perto do poste da baliza de Maignan (46′) antes de Vlahovic encostar de primeira na área também ao lado (47′). No entanto, a história seria outra e a mostrar o que o AC Milan pode fazer com Sérgio Conceição.
Sérgio Conceição entra com o pé direito! Reviravolta do Milan frente à Juventus ????#sporttvportugal #TAÇAnasporttv #supertaçaitalia #JuventusFC #ACMilan pic.twitter.com/bum7QW8It0
— sport tv (@sporttvportugal) January 3, 2025
Theo Hernández teve uma primeira oportunidade desperdiçada na sequência de um canto que deixou tudo e todos de mãos na cabeça, atirando por cima numa segunda bola que caiu na pequena área após canto (55′). Pouco depois, Reijnders, que foi um dos elementos que mais subiu com o passar dos minutos, arriscou bem a meia distância mas Di Gregorio conseguiu agarrar de forma segura (66′). Os rossoneri cresciam no encontro e chegaram mesmo ao empate, com Pulisic a transformar “à bomba” uma grande penalidade por falta sobre Theo Hernández (71′). Estava dado o mote para um final de jogo a todo o gás que voltou a ter o AC Milan por cima, não especulando com a igualdade e procurando uma vantagem que não chegou num remate de Álvaro Morata na área (73′) mas veio num lance caricato em que um cruzamento de Abraham bateu em Gatti ainda fora da área mas foi suficiente para trair Di Gregorio e fazer o 2-1 da reviravolta (75′).
CALCIOCEIÇÃO ATTIVATO!
◉ O Milan esteve a perder mas em 4 minutos deu a volta à meia-final da #Supercoppa, marcando presença na grande final, frente ao eterno rival Inter ????#JuventusMilan pic.twitter.com/KWu6ORqFSI
— GoalPoint (@_Goalpoint) January 3, 2025
[Já saiu o terceiro episódio de “A Caça ao Estripador de Lisboa”, o novo Podcast Plus do Observador que conta a conturbada investigação ao assassino em série que há 30 anos aterrorizou o país e desafiou a PJ. Uma história de pistas falsas, escutas surpreendentes e armadilhas perigosas. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio e aqui o segundo.]