A Procuradoria-Geral da República (PGR) avançou esta sexta-feira que ainda não recebeu o relatório da investigação da Polícia Judiciária (PJ) à morte de Odair Moniz, com um membro da Direção Nacional da PJ a reconhecer que “informou indevidamente” a Lusa.

Na quinta-feira, a propósito da investigação que a Polícia Judiciária está a fazer à morte do homem de 43 anos, na Cova da Moura, Amadora, fonte da Direção Nacional da PJ adiantou à Lusa que “o relatório está concluído e entregue no Ministério Público”, acrescentando que a investigação foi entregue “antes do Natal”. Esta sexta-feira, em resposta à Lusa a PGR informou que “não se confirma a receção do relatório da Polícia Judiciária”. As férias judiciais tiveram início em 21 de dezembro e terminam esta sexta-feira.

Também esta sexta-feira, um membro da Direção Nacional da PJ admitiu que “ontem [quinta-feira], a propósito da investigação à morte do cidadão Odair Moniz, a Polícia Judiciária, em resposta a um pedido da Agência Lusa, informou indevidamente a jornalista, designadamente quanto à produção e finalização do relatório final do inquérito”.

O mesmo membro da direção nacional da PJ adiantou que “a investigação prossegue” e que no seu final será produzido o referido relatório.

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Este trabalho da PJ começou em outubro de 2024 e investiga a morte de Odair Moniz em 21 de outubro, na sequência de disparos feitos por um agente da PSP durante uma perseguição policial.

O agente foi constituído arguido pelo crime de homicídio simples e, segundo avançou à Lusa o seu advogado Ricardo Serrano Vieira, ainda não regressou ao trabalho e não existe ainda data para retomar funções.

Além do processo no Ministério Público, a PSP também abriu um inquérito interno ao caso e a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) tem a decorrer um inquérito disciplinar para apurar as circunstâncias em que foram feitos os disparos. O agente da PSP será ouvido na IGAI no próximo dia 10 de janeiro, depois de já ter sido ouvido pelo Ministério Público no início de dezembro, tendo optado pelo silêncio.

De acordo com informação oficial da Direção Nacional da PSP, Odair Moniz ter-se-á colocado em fuga quando foi abordado pelos agentes, durante a madrugada do dia 21 de outubro, e “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.