André Ventura anuncia que vai ser candidato à Presidência da República em 2026.
O presidente do Chega comunicou a decisão através de uma carta enviada aos deputados do partido, uma notícia avançada este sábado pela SIC Notícias e confirmada pelo Observador. A missiva foi divulgada aos deputados depois de ter tido o apoio da direção do partido.
Na carta, a que o Observador teve acesso, Ventura menciona “diversas” razões para a tomada desta decisão, mas que se prendem “essencialmente com a necessidade” de uma “candidatura que represente o espaço da direita anti-corrupção e anti-emigração sem confusão com os políticos que toda a vida defenderam o contrário”. Ventura fala em políticos que se “pretendem apropriar” do espaço político do partido.
O líder do Chega refere na carta que é uma candidatura “com riscos”, mas que visa “evitar que alguns” candidatos tenham apoio do Chega, “desdenhando” do partido “ou deixando transparecer que não gostam da marca Chega”. O presidente do partido diz que não aceita “ceder votos” a quem “não queira, não merece ou rejeite” o apoio do Chega.
Chega não vai apoiar Gouveia e Melo e aposta em candidato próprio
Em dezembro, o Observador noticiou que o partido se tinha arrependido do apoio a Henrique Gouveia e Melo. As declarações em que se assumiu como do “centro pragmático” e em que deixou recados a “certas forças políticas que advogam soluções muito simplificadas mas que podem ser perigosas” terão levado o Chega a mudar de ideias. Por isso, o partido estudava um candidato próprio.
Na carta, André Ventura declara que a candidatura tem ainda outro objetivo: “Expressar a maioria crescente, notória desde as últimas legislativas, contra o sistema vigente de bipartidarismo e de negociatas do regime”.
Ventura salienta que o ato eleitoral das presidenciais de 2026 vai ser “particularmente importante para a afirmação do Chega enquanto alternativa de poder em Portugal”. “Não podemos deixar que o centro-direita e o centro-esquerda (o centrão dos interesses) continuem a dominar e a condicionar a política portuguesa, perpetuando um regime corrupto, de amiguismo e de interesses que se instalou em Portugal nas últimas décadas”, continua.
O líder do Chega volta a mencionar um tema que tem marcado a agenda do Chega, referindo um “atual contexto de insegurança que se vive em Portugal”. Diz que é preciso “um Presidente da República que não tenha medo de dizer que está ao lado das forças de segurança, dos polícias e dos magistrados na luta contra o crime”. “Um Presidente da República que não hesitará em alinhar ao lado dos portugueses de bem contra os bandidos e que pressionará para dar carta verde às forças da ordem para atuarem de forma implacável contra as organizações criminosas e os criminosos que põem a nossa segurança pública em risco.”
Ainda segundo a missiva, a candidatura deverá ser oficializada a 28 de fevereiro, no Mosteiro dos Jerónimos, com Ventura a pedir “o maior sigilo sobre a situação” aos destinatários da carta.
André Ventura foi candidato à Presidência da República nas eleições presidenciais de 2021.
Há, para já, uma candidatura oficializada a Belém: André Pestana, o dirigente do sindicato STOP.
(Atualizada às 18h14 com mais informação)