A siderurgia japonesa Nippon Steel reiterou esta segunda-feira a sua determinação em contestar a decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de bloquear a aquisição da U.S. Steel, admitindo a possibilidade de avançar com uma ação judicial.
“Tomaremos todas as medidas possíveis, pois nunca desistiremos de expandir as nossas operações nos Estados Unidos”, referiu a empresa japonesa num comunicado esta segunda-feira publicado, afirmando contudo que pretende confirmar alguns detalhes antes de falar com a comunicação social.
A declaração surge depois de ambas as siderurgias terem publicado um comunicado conjunto em que condenavam a decisão de Biden e consideravam que o procedimento era ilegal por não cumprir os regulamentos que regem o Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS).
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As empresas referem que os argumentos de Biden, que assegurou que a sua decisão protege a “segurança nacional”, carecem de fundamento, realçando que foi uma ação para favorecer os seus próprios interesses políticos.
As duas empresas indicam que tomarão todas as medidas adequadas para proteger os seus direitos, sugerindo que seria intentada uma ação judicial.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, manifestou esta segunda-feira as preocupações dos industriais japoneses relativamente aos seus investimentos nos Estados Unidos, depois de Washington ter rejeitado a aquisição da siderúrgica norte-americana U.S. Steel.
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“Infelizmente é verdade que o mundo industrial japonês está preocupado com o futuro do investimento (nos Estados Unidos). Instamos o governo americano a tomar medidas para atenuar estas preocupações“, disse Ishiba aos jornalistas, depois de apelar a Washington para “explicar claramente” o que constitui “uma preocupação de segurança nacional”.
O bloqueio formal da operação frustra a fusão da quarta maior siderúrgica do mundo em volume de produção, a Nippon Steel, com a vigésima quarta, a U.S. Steel, que iria criar um colosso capaz de competir com os outros.