Comissão Central de Trabalhadores (CCT) da Petrogal defendeu que a polémica na Galp que levou à saída do presidente executivo, Filipe Silva, foi um “golpe de teatro” montado para atingir o “efeito pretendido”.

“De tempos a tempos, a presidente do Conselho de Administração [Paula Amorim] interrompe o seu estado de completa ausência no que à empresa diz respeito para fazer o anúncio da expiração do prazo de mais um presidente da Comissão Executiva e que outro lhe seguirá”, começou por referir a CCT, em comunicado enviado no dia seguinte à demissão do presidente executivo e vice-presidente do Conselho da Administração da Galp, Filipe Silva, por motivos familiares.

Presidente executivo da Galp demite-se, alegando razões familiares

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A demissão do gestor acontece depois de o Eco ter noticiado que Filipe Silva estava a ser investigado pela comissão de ética da Galp por eventual conflito de interesse, após uma denúncia anónima sobre uma relação pessoal com uma diretora de topo.

Para a estrutura representativa dos trabalhadores, “montou-se assim um golpe de teatro que meteu romance e drama temperados com uma boa dose de hipocrisia” e “criou-se um caso com a exposição pública na dose certa para atingir o efeito pretendido, a saída de Filipe Silva”.

“Desta vez”, salientou a CCT, “não obstante um eventual incumprimento do Código de Ética ser grave, surgiu na comunicação social uma precisa e pouco usual fuga de informação”, considerando que “tudo podia ter sido resolvido no remanso dos gabinetes, como é normal”.

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A CCT considerou que há uma “deriva no rumo” da empresa, que começou com a decisão de encerrar a Refinaria do Porto. “Mas sobre isso quem devia apresentar a demissão é, entre outros, a presidente do Conselho de Administração, Paula Amorim”, vincou.

A renúncia de Filipe Silva, anunciada na terça-feira ao final do dia, tem efeitos imediatos e, segundo a empresa, a nova liderança executiva vai ser anunciada nos próximos dias. Filipe Silva foi nomeado presidente executivo da Galp em janeiro de 2023, substituindo Andy Brown. Antes, tinha sido responsável pelo pelouro financeiro da petrolífera durante mais de 10 anos.