Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser o cérebro dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos EUA, já não se vai declarar culpado esta sexta-feira, como estava previsto, depois de o Governo norte-americano ter impedido que os acordos de confissão celebrados em 2024 sigam, pelo menos para já, em diante. O acordo a que chegou pretende evitar um julgamento com pena de morte.

Mohammed deveria ter proferido as suas alegações num tribunal de guerra na base naval da Baía de Guantanamo, no sudeste de Cuba, onde se encontra detido há quase duas décadas.

Declarar-se-ia culpado do seu papel nos atentados de 11 de setembro de 2001, quando sequestradores se apoderaram de três aviões de passageiros e os fizeram embater no World Trade Center, em Nova Iorque, e no Pentágono, em Washington. Um outro avião despenhou-se num campo na Pensilvânia depois de os passageiros terem reagido.

Como descreve o New York Times, na quinta-feira à noite, um tribunal federal de recurso suspendeu o processo agendado para analisar os pedidos para abandonar os acordos de confissão de Mohammed e de dois co-réus, que, segundo o tribunal, causariam danos “irreparáveis” tanto ao Estado norte-americano como ao público.

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Organizadores do 11 de setembro declaram-se culpados do atentado para evitar pena de morte

Segundo o coletivo de juízes responsável pelo caso, esta suspensão “não deve ser interpretada como uma decisão sobre o mérito” do processo. Dizem que o objetivo é “dar tempo ao tribunal para receber um relatório completo e ouvir os argumentos numa base acelerada”. No entanto, este adiamento significa que a decisão será tomada já durante o mandato de Donald Trump.

O tribunal também suspendeu as audiências de confissão, marcadas para o final deste mês, de Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi, dois homens acusados de conspirar com Mohammed nos ataques.