O líder do PS empurra para a frente o método de decisão sobre a candidatura presidencial que será apoiada pelo partido. Sobre a hipótese de decidir através de eleições primárias (abertas a militantes, mas também a simpatizantes do PS), defendida por Eduardo Ferro Rodrigues, Pedro Nuno Santos não fecha a porta, dizendo apenas que “este não é o momento da decisão, é o momento dos candidatos manifestarem vontade”.
A única coisa certa, até aqui, é que Pedro Nuno não decidirá sozinho e que quer levar a decisão ao partido, o que foi referindo sempre que se pronunciou sobre a possibilidade de existir mais do que um candidato às presidenciais na área socialista. Esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas no Parlamento, o líder do PS voltou à ideia de que esta “não é uma decisão do secretário-geral, mas do PS no tempo certo“.
“Neste momento é o tempo de diferentes candidatos manifestarem vontade e apresentarem-se”, disse quando questionado sobre a proposta do ex-líder Ferro Rodrigues que, ao Expresso, colocou em cima da mesa a hipótese de primárias. O método de escolha de candidatos que já foi usado pelo PS em 2014 para decidir quem reunião mais condições para ser candidato a primeiro-ministro pelo partido, nas legislativas que se realizariam em 2015. Nessa altura, o PS vivia uma disputa interna que opunha o então secretário-geral, António José Seguro, a António Costa, que venceu as primárias.
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Entretanto, cerca de cem militantes do partido subscreveram um manifesto a defender a realização de um referendo interno para decidir quem o PS deve apoiar nas presidenciais do próximo ano. Um dos primeiros subscritores iniciais do manifesto é Daniel Adrião, que já concorreu à liderança do partido diversas vezes.
Militantes do PS pedem referendo interno para escolher candidato
Agora, o PS teme uma divisão nas presidenciais (o que já aconteceu no passado por várias vezes), sobretudo quando são muitos os nomes na área socialista que se vão posicionando. António José Seguro está mais avançado no terreno, mas Mário Centeno, António Vitorino ou Augusto Santos Silva ainda não se retiraram da lista de potenciais candidatos às eleições que se realizam daqui a um ano.
Pedro Nuno Santos diz que não se sente “pressionado” a decidir e que os “timings do PS são definidos pelo PS”, relembrando que o partido que lidera não é o único que ainda não definiu apoio para as presidenciais do próximo ano: “Nenhum partido apresentou.” O socialista diz que o partido “acompanha com muito interesse esse processo inicial” de avanço de candidato, mas que só decidirá “no tempo certo”.