Em declarações à agência Lusa, João Soares disse tratar-se de “um acontecimento trágico, absolutamente lamentável”, naquele que “era seguramente o mais importante Museu de Língua Portuguesa no mundo, com uma dinâmica assinalável”.
“O que importa agora é, para além de lamentar a vítima, deitar mãos à obra para reconstruir de forma dinâmica e renovada o Museu da Língua Portuguesa, e o Ministério da Cultura de Portugal está absolutamente disponível”, adiantou.
João Soares salientou que já entrou em contacto com a secretaria de Estado da Cultura do Brasil para apoiar na renovação do museu, que visitou há anos.
“Já o fizemos saber aos nossos irmãos brasileiros [à secretaria da Cultura de São Paulo] para apoiar, na medida em que for possível, esse trabalho de reconstrução e renovação do museu, que pertence a todos aqueles que têm, como dizia o poeta, a língua portuguesa como sua pátria”, disse.
O ministro da Cultura disse ainda que vai ainda hoje receber o cônsul de Portugal em São Paulo, que está em Lisboa, para analisar a situação.
“Nós temos experiência neste tipo de acidentes. Tenho pessoalmente experiência aquando do incêndio há uns anos nos Paços do Concelho em Lisboa e meti logo mãos à obra”, disse.
João Soares considerou também que por ser “particularmente moderno”, poderá ser “menos difícil a renovação”. “Digamos que talvez seja menos difícil pô-lo em funcionamento do que por exemplo o equivalente a um Museu de Arte Antiga”, disse.
O incêndio, ocorrido na segunda-feira, destruiu quase totalmente as instalações do Museu, mas o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, já garantiu que vai ser reconstruído. Alckmin visitou o museu, ao final da tarde, para avaliar os danos causados e confirmou que o acervo é digital e foi preservado porque a instituição tem cópias das obras.
Ronaldo Pereira da Cruz, um dos bombeiros que trabalhava no local e tentou controlar as chamas, morreu na sequência uma paragem cardiorrespiratória, após ter sido internado num hospital da cidade.
Em Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, declarou à Agência Lusa que recebeu “com consternação” a notícia do incêndio, exprimiu “solidariedade” com os envolvidos e lamentou a morte verificada.
Desde que abriu ao público, o Museu da Língua Portuguesa já recebeu mais de três milhões de visitantes.