Depois do fim de uma relação, a grande tentação está no smartphone. Como não ligar ao antigo amor? – foi o problema que Charlie encontrou quando Marnie acabou com ele. Estávamos em 2013, no oitavo episódio da segunda temporada de Girls e os dois voltavam a encontrar-se meses depois do fim. Marnie, um caco, Charlie, muito bem na vida. Tinha ganho um monte de dinheiro nos últimos tempos com Forbid, uma aplicação para telemóveis que impedia o utilizador de ligar ao ex. Se quisesse realmente concretizar o telefonema, teria de pagar 10 dólares à app.
A internet reagiu ao episódio exclamando “como é que ainda ninguém se tinha lembrado disto?” e implorou que alguém roubasse a ideia e a pusesse em prática.
A era das redes sociais não facilita o fim de uma relação: pode acompanhar-se a vida do outro a qualquer instante, mesmo sem querer, e um telefonema ou e-mail que levam ao arrependimento em menos de nada está ao alcance de um rápido click sem esforço. Não é fácil encontrar (aparentemente não existem) aplicações que impeçam a publicação de músicas sobre o amor não correspondido ou frases do Citador sobre “estar na lama”, mas aqui ficam 8 aplicações que protegem um coração partido de si próprio.
Block your ex
A tentação, por vezes bem intencionada, de ver como corre a vida a um ex-amor pode descarrilar. É que a vida pode estar a correr-lhe realmente bem, ou pode pelo menos dar isso a entender ao ciberespaço. O Block your ex é como uma extensão para o browser. Inserem-se os dados do já-não-correspondido – primeiro e último nome, conta de Twitter, Facebook e blogue – e a partir daí será impossível aceder a essas moradas através do browser. Não há dramas demasiado grandes para esta aplicação: podem inserir-se os dados de até cinco pessoas. Na mesma linha, por que não aplicar filtros no e-mail, que não impedem que as mensagens sejam recebidas, mas que as desviam da caixa principal?
Ex Lover Blocker
Funciona na lógica do Forbid de Charlie: impede que se ligue ao ex-namorado, mas nesta versão com tutores. Ao número de telefone proibido ficam associados os de amigos, que recebem uma notificação quando o utilizador tentar fazer a chamada. Se chegar mesmo a ligar, esta app brasileira usa o golpe mais baixo: dá a notícia no seu mural de Facebook.
https://www.youtube.com/watch?v=lnB9C3YZCRI
O Facebook também pode ajudar
Para quem tem no Facebook um diário, esta rede social é a mais problemática: depois do fim da relação, há que mudar o estado civil, o que por si só já é um passo importante. Mas continuam a aparecer as fotografias em comum, com os nomes dos dois identificados; nas pesquisas o já-não-correspondido é sempre o primeiro nome a surgir e, para cúmulo, o mural presenteia-nos com “memórias”: as publicações que fizemos há dois ou três anos. Mark Zuckerberg achou que era demais e lançou nos Estados Unidos a função “dar um tempo”: as publicações do ex não aparecem no seu feed nem nas pesquisas ou memórias sugeridas. É certamente melhor do que mudar de país.
Há extensões que fazem um trabalho semelhante, como o Eternal Sunshine ou o Killswitch (particularmente radical, já que apaga fotografias e interações entre os dois) sem que isto signifique excluir a outra pessoa do grupo de amigos.
Drunk Mode
Há alturas mais sensíveis que outras. Quando o álcool flui, a carne torna-se ainda mais fraca. E o que não se pode fazer com um telemóvel? Há várias aplicações que, quando ativadas no início de um jantar ou de uma saída à noite, impedem os utilizadores de ligarem para números selecionados. O Drunk Mode é uma das gratuitas. Já a app DrunkDial custa 0,99 dólares (cerca de 90 cêntimos) e é uma autêntica olimpíada de matemática: para ligar aos números proibidos há que responder corretamente a três questões matemáticas simples, num tempo limitado. Só para garantir a clareza do raciocínio.
Avoid Humans
Se para além de bloquear um ex-amor, quer mesmo é bloquear toda a gente, o melhor é aceder à página Avoid Humans: a partir da sua localização e dos dados do Instagram e Foursquare, encontra os lugares mais próximos com menos gente, para não ter de lidar com a exagerada alegria de viver de ninguém.