São quase 29 milhões de euros. Ou 28.911.320 euros, para sermos precisos. Foi este o dinheiro que o Benfica gastou para reaver “os direitos económicos” de nove jogadores, dos quais tinha alienada parte dos passes ao Benfica Stars Fund — fundo que terminará a sua atividade a 30 de setembro, como informou esta segunda-feira o clube, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Lembrando que o fecho do fundo “implicará a distribuição de parte dos direitos económicos dos atletas” por ele detidos, a Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Benfica decidiu comprar de volta as percentagens dos passes de Airton (40%), Maxi Pereira (30%), Flip Djuricic (20%), Franco Jara (10%), Nico Gaitán (15%), Ruben Amorim (50%) e Miralem Sulejmani (25%), Nelson Oliveira (25%) e Urretaviscaya (20%).

Com esta operação, o Benfica passa a deter a totalidade dos direitos económicos de sete jogadores. As exceções são Urretaviscaya e Nelson Oliveira. Os encarnados rescindiram o contrato que os ligava ao uruguaio a 1 de setembro e, no caso do avançado português, o clube apenas fica a deter 70% do seu passe.

O Benfica, por exemplo, vendera ao fundo a 28 de julho de 2013 os tais 20% do passe de Djuricic por 2 milhões de euros, informação que consta no Relatório e Contas da SAD referente à época 2012/2013. Outro exemplo: em setembro de 2011, os encarnados venderam 15% dos direitos de Nico Gaitán por 2,025 milhões de euros ao Benfica Stars Fund. No total, os encarnados recebeu 14,925 milhões de euros pelo conjunto de alienações dos percentagens de passes dos nove jogadores em questão ao Benfica Stars Fund.

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Nico Gaitán (15%) – 2,025 milhões de euros, em setembro de 2011
Franco Jara (10%) – 600 mil euros, em setembro de 2011
Flip Djuricic (20%) – 2 milhões de euros, julho de 2013
Miralem Sulejmani (25%) – 1,250 milhões de euros, julho de 2013
Maxi Pereira (30%) – 1,350 milhões de euros, fevereiro de 2010
Airton (40%) – 3 milhões de euros, junho de 2010
Ruben Amorim (50%) – 1,5 milhões de euros, setembro de 2009
Urretaviscaya (20%) – 1,2 milhões de euros, setembro de 2009
Nelson Oliveira (25%) – 2 milhões de euros, setembro de 2009

O Benfica explicou que “procedeu à aquisição de 85% das Unidades de Participação (UPs) do referido Fundo” para, deste modo, passar a deter “a totalidade das UPs do mesmo”. A 31 de julho, o valor do Benfica Stars Fund ascendia aos 26.783.737 euros e tinha “uma carteira de jogadores” avaliada em 5.079.437 euros.

No mais recente Relatório e Contas Trimestral disponibilizado pela SAD encarnada, referente ao período entre 1 de julho de 2013 e 31 de março de 2014, o clube revelou que detinha 15% do capital do Benfica Stars Fund.

O Fundo constitui-se com um capital inicial de quarenta milhões de euros, correspondente a oito milhões de unidades de participação, com o valor nominal de cinco euros cada. O objectivo do Fundo consiste em proporcionar aos participantes a possibilidade de aceder a uma carteira de activos, constituída por um conjunto de direitos de crédito do Fundo sobre entidades terceiras (“direitos económicos”), os quais se consubstanciam no direito a participar, em certa percentagem, na contrapartida da venda ou da transferência temporária para outra entidade, a título oneroso, dos direitos desportivos relativos a determinados atletas que se encontrem na titularidade da Benfica SAD, carteira essa que tem subjacente a valorização desportiva desses mesmos atletas. – descrição do fundo retirada do Relatório e Contas do 3.º Trimestre de 2013/2014 da Benfica SAD.