O BCP anunciou esta segunda-feira que fechou o ano passado com lucros de 235,5 milhões, “virando o jogo” depois do prejuízo de 226 milhões de 2014. O banco liderado por Nuno Amado voltou aos lucros depois de quatro anos de prejuízos.

A informação acaba de ser difundida através de comunicado na CMVM. Já esta semana também o BPI e o Santander Totta apresentaram resultados positivos relativos ao ano passado.

Contrariando a tendência dos últimos anos, desta feita foram as atividades em Portugal que suportaram a inversão do resultado líquido. Se em 2014 tinha havido, nesta rubrica, um prejuízo de 387,3 milhões, no ano passado o BCP obteve lucros de 44,2 milhões de euros.

A margem financeira em Portugal disparou 35%, para 711,3 milhões, o que reflete os custos baixos a que o BCP se financia (nomeadamente os depósitos) e os juros cobrados. Também na atividade doméstica, ajudou o facto de o banco ter registado menos 28,5% em imparidades de crédito e tido menos 7% em custos operacionais. O BCP reduziu em 309 colaboradores o seu número de funcionários, para 7.459 — abaixo dos 7.500 a que o BCP se tinha comprometido no âmbito do plano de reestruturação associado ao empréstimo público do qual falta pagar 750 milhões.

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O banco beneficiou, também, de um aumento de 35% nos resultados em operações financeiras, o que é basicamente venda de títulos de dívida pública portuguesa com mais-valia. Essa rubrica deu 595,4 milhões de euros ao resultado do exercício, com o banco a indicar que houve, também, ganhos em operações cambiais em Angola e Moçambique.

Na atividade internacional a contribuição foi menor, com lucros de 176,5 milhões que comparam com os 201,5 milhões em 2014. Esse foi, sobretudo, um resultado da descida dos lucros na Polónia (que caíram 16%).  “Foi mais difícil, sobretudo o quarto trimestre na Polónia”, admitiu Nuno Amado, numa referência aos pagamentos feitos na forma de contribuições extraordinárias naquele país, que se aproximaram de 30 milhões de euros.

O presidente do BCP falou na conferência de imprensa de apresentação dos resultados, em Lisboa.

BCP quer ter menos de 570 sucursais em 2018

Aproveitando a ocasião, Nuno Amado indicou que, numa adaptação às tendências de aumento da importância das novas tecnologias, o banco tem como objetivo a cumprir até 2018 uma redução para menos de 570 sucursais físicas. Atualmente tem 671.

O banco espera ter, também em 2018, mais de 50% das transações de clientes feitas de forma digital, sendo um terço atualmente.