Na sequência de várias notícias sobra a venda e troca de animais em plataformas de classificados online, o PAN enviou uma carta ao diretor-executivo do OLX, Miguel Monteiro, mostrando-se disponível para uma possível colaboração. O objetivo passa por garantir que os “animais deixarão de ser tratados como objetos, contribuindo também para que cada vez mais empresas desta área sejam vistas como exemplo do acompanhamento da evolução civilizacional e ética que o país está a pedir no que respeita à proteção dos direitos dos animais”, refere um comunicado emitido pelo partido esta quarta-feira.
De acordo com André Silva, porta-voz e deputado do PAN, uma das medidas a tomar poderia ser a “advertência explícita de proibição de trocas de animais no momento em que se cria um novo anúncio, complementando com a monitorização mais activa das transações realizadas”. Atualmente, plataformas como o OLX permitem a existência de anúncios que promovem a venda de animais domésticos ou exóticos. O preço é geralmente inferior ao praticado pelas lojas de animais e por criadores certificados e, em muitos casos, os animais, geralmente de raça, são oferecidos em troca de objetos que tenham interesse para o vendedor, como bilhetes para concertos, computadores ou até armas.
“O PAN reforça assim a sua vontade de contribuir para um diálogo aberto e construtivo sobre este tema, que possa gerar formas alternativas e eficazes de avançar para uma sensibilização e consciencialização mais realista em relação à protecção e bem-estar animal. A alteração do Estatuto Jurídico do Animal é uma das medidas mais urgentes e também uma das bandeiras do partido, que pretende assim assegurar que os animais deixam de ser vistos como objetos e de ser tratados como mercadorias perante a lei”, conclui o comunicado.
Em janeiro, a Garra e a Amover, duas associações de apoio animal sem fins lucrativos, lançaram uma petição pública para acabar com a comercialização de animais em plataformas de classificados online. Para além de exigirem a criação de uma lei que termine com a venda ilegal de animais na Internet, as associações pretendem que seja impedido o comércio “sem as devidas condições” e “a sua promoção como objeto de troca”. A petição conta atualmente com 6.425 assinaturas.