Carlos Moedas falou em português, francês e inglês no adeus do governo ao programa de ajustamento. O objetivo do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro era o de aproveitar “os holofotes” internacionais que estão virados para Portugal para mostrar que “o ímpeto reformista” vai continuar no médio prazo. Para isso, apresentou um plano de crescimento a que chamou “Caminho para o crescimento”, mas em que só constam medidas concretas e calendarizadas até 2015.

O Conselho de Ministros extraordinário aprovou o documento que “complementa” tanto a Reforma do Estado, apresentada pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, quer o Documento de Estratégia Orçamental. Apesar de ser um plano para convencer os parceiros internacionais e os mercados financeiros, o Governo não se compromete com um calendário de novas medidas para o crescimento. As únicas que constam no documento são as já conhecidas, algumas até em vigor, como a reforma do IRC.

As propostas para o futuro não são calendarizadas. São “medidas que acreditamos que são necessárias”, mas que podem não depender do actual Governo, explicou Carlos Moedas.

Na comunicação no final do Conselho de Ministros extraordinário, o responsável pelas relações com a troika quis vincar a ideia de que o Governo está comprometido com o controlo orçamental e com a continuação de reformas na economia que promovam o crescimento. “Podíamos ter acabado o programa de ajustamento dizendo que o trabalho estava feito, mas sabemos que ainda temos muito trabalho pela frente e quero que todos saibam que não vamos parar”.

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Foi esta a mensagem que repetiu aos jornalistas estrangeiros. Na verdade, Moedas queria passar a mensagem para fora e para dentro: “O compromisso do Governo está aqui delineado neste documento para mostrar não só aos portugueses, mas aos parceiros internacionais. Temos de estar a falar para o mundo”.

Numa altura em que os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística mostram um arrefecimento do ritmo de crescimento da economia, Carlos Moedas preferiu valorizar o crescimento homólogo de 1,2% e insistir que as reformas feitas pelo executivo estão a produzir efeitos e que, para o país, é preferível que não sejam alteradas. “O que acho fundamental é que haja uma irreversibilidade destas reformas: não voltar para trás”, afirmou o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.

 

 

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