“Fiquei incrivelmente surpreendido com a honra e levei meia hora para recuperar do telefonema” da Real Academia Sueca de Ciências, diz o francês Jean Tirole, Nobel da Economia de 2014, em entrevista telefónica à Academia Sueca. “Ainda não recuperei”, retifica. Ao anunciar à família, pediu à mãe, de 90 anos, para se sentar antes de dar a notícia.

“É um momento muito emotivo para toda a família”, reconhece o Professor da Universidade de Toulouse. “A minha mãe, tenho de ser franco, tem 90 anos e pedi-lhe para se sentar antes de lhe dar a notícia”, conta. “Foi professora de Francês, Latim e Grego, portanto o conhecimento é algo muito importante para ela”, acrescenta o economista.

O recém-laureado com o prémio Nobel da Economia diz que, logo após o telefonema, contactou “quem me ajudou ao longo da minha carreira”. Além de co-autores de obras académicas e alunos, Jean Tirole aproveitou a curta entrevista telefónica para recordar Jean-Jacques Laffont, o seu “mentor e um querido amigo” que faleceu há 10 anos, vítima de cancro, e que “merecia estar aqui comigo hoje [no momento em que recebo] este prémio por [pesquisa em] regulação e política concorrencial”.

Reconhecido a quem “teve um papel muito importante na minha carreira”, Jean Tirole diz que uma carreira académica laureada com o Prémio Nobel “é também uma questão de estar com as pessoas certas, no local certo, no momento certo”. “É um trabalho de equipa”, salienta.

O economista francês Jean Tirole foi galardoado com o Prémio Nobel de Ciências Económicas de 2014 pela sua “análise do poder e da regulação dos mercados”. O Professor da Universidade de Toulouse “é um dos economistas mais influentes do nosso tempo” que fez “contribuições teóricas importantes em várias áreas, mas acima de tudo ajudou a compreender e regular setores onde existem apenas algumas empresas poderosas”, disse a Real Academia Sueca de Ciências.

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