“O risco teórico de virmos a ter casos de ébola é alto”, alertou José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos. Esta organização diz mesmo que Portugal é um dos países europeus que está mais em risco devido às relações privilegiadas que mantém com vários países do continente africano, nomeadamente a Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique, que apesar de não terem registado para já nenhum casos, fazem fronteira com países de alto risco e possuem “sistemas de saúde frágeis”.

O alerta foi noticiado na edição desta quarta-feira do Diário de Notícias, após a Ordem dos Médicos ter lançado um parecer sobre os riscos de contaminação por ébola no país. Para além da proximidade que Portugal tem com alguns países africanos e o frequente fluxo de cidadãos entre o país e esses Estados, os médicos estão preocupados com a falta de vigilância das pessoas que chegam aos portos e aeroportos portugueses vindas de zonas onde há surtos da doença ou onde há alta probabilidade de vir a haver contágio.

“Há portugueses que vivem na zona e cidadãos que vêm para cá. Por isso, tem de haver controlo à chegada pela temperatura. E deve explicar-se a toda a gente que quando tem febre, em de zonas endémicas ou esteve em contacto com alguém de lá, deve estar atento aos sintomas, isolar-se e contactar o INEM ou a linha de Saúde 24”, aponta o parecer.

Este parecer conclui que Portugal não está preparado para lidar com casos de ébola e falta “um plano de contingência bem testado que envolva profissionais de saúde e cidadãos”.

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