As autoridades dizem que há grupos ligados a crimes de extorsão, tráfico de estupefacientes, comércio ilegal de armas e ao auxílio à imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos a infiltrarem-se no setor da segurança privada. As suspeitas constam do Relatório Anual de Segurança Privada (RASP), publicado pela PSP esta quarta-feira, e indiciam que estes grupos operam em bares de diversão noturna, onde fazem lavagem de dinheiro e recorrem à violência para resolver conflitos.

PSP e GNR fizerem em 2013 um total de 7815 ações de fiscalização, (mais 4,9% que no ano anterior), e, em 23% dos casos, foram detetadas infrações: 1250 contra ordenações e 136 de natureza criminal. O RASP recorda aquilo que o Relatório Anual de Segurança Interna relativo a 2013 já avançava: a atividade de segurança privada em espaços de diversão noturna “tem vindo progressivamente a ser infiltrada por elementos associados a grupos criminosos de natureza muito diversa que a desvirtuam”.

“Há indícios de ligação à extorsão, ao tráfico de estupefacientes, ao comércio ilegal de armas, ao auxílio à imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos e lenocínio”, refere-se no relatório.

Mais. O investimento de “capitais de origem ilícita” neste setor pode criar “distorções de concorrência neste setor, prejudicando as empresas de segurança privada que atuam exclusivamente dentro da legalidade”. Ou seja, estes espaços e esta atividade são também usados para lavagem de dinheiro.

Por outro lado, estes grupos estão associados à violência, “quer no desempenho normal das suas funções, quer na resolução de conflitos com concorrentes”. Sempre que há discórdias com proprietários ou seguranças de outros estabelecimentos de diversão noturna, há normalmente registos de violência. Recorde-se que a lei da segurança privada foi revista e prevê um controlo mais apertado e reforça as obrigações dos que desempenha este tipo de serviço.

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