O primeiro-ministro, António Costa, declarou, a partir do Brasil, como encerrada a polémica em torno da Caixa Geral de Depósitos, mas em Portugal a novela em torno dos rendimentos dos membros da nova administração resiste, com o PSD a tentar forçar a mão da esquerda.

“Eu não vou fazer comentários aqui sobre uma polémica que está a acontecer em Portugal, nem sobre um tema do qual já falei em Portugal. Para mim é um assunto encerrado”, disse António Costa no Brasil, tentando encerrar um assunto da mesma forma que o Governo já tinha tentado fazer com o caso das viagens de membros do Governo a França para ver jogos do europeu, viagens essas pagas pela Galp, uma empresa privada com a qual alguns desses governantes lidam diretamente.

Mas em Portugal continental parece que a polémica ainda vai durar, mesmo com Catarina Martins a admitir que as declarações de rendimentos dos gestores nunca venham a conhecer a luz do dia, ficando antes fechadas num cofre no tribunal constitucional. Isto porque o PSD está a tentar forçar a mão da esquerda, com o Luís Montenegro a considera que seria uma vergonha nacional o Parlamento não aprovar regras que aumentem a transparência sobre os gestores da Caixa.

O partido tem uma proposta neste sentido e com efeitos retroativos, para garantir que esta seja aplicada à atual gestão da Caixa, numa altura em que muito se fala sobre a possibilidade de renúncia de alguns dos administradores da CGD, que recusam apresentar a declaração de rendimentos.

Esta proposta, defende o deputado do PS João Galamba ao Diário de Notícias, é inconstitucional precisamente porque é retroativa.

O Jornal Público lembra hoje que três dos membros da administração da Caixa Geral de Depósitos também o serão da Caixa Geral de Aposentações, uma nomeação que tem de ser feita ainda assim pelo Governo e que obrigaria os três gestores nomeados a apresentar as declarações de rendimentos que tanto rejeitam no Tribunal Constitucional.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR