A fadista Gisela João, distinguida com o Prémio Amália Revelação, em 2013, apresenta o seu segundo álbum, “Nua”, constituído por 13 temas, entre inéditos e recriações, esta quinta-feira, em Lisboa.

O CD “Nua” foi produzido por Frederico Pereira, que também produziu o seu álbum anterior, distinguido com o Prémio José Afonso em 2014, e conta com inéditos como “Sombras do passado”, e a interpretação de criações de Beatriz da Conceição e Amália Rodrigues, assim como com canções do brasileiro Cartola e da costa-riquenha Chavela Vargas.

Gisela João apresenta o CD esta quinta-feira, às 23h00, na discoteca Lux, em Lisboa, acompanhada pelos músicos Ricardo Parreira, na guitarra portuguesa, Nélson Aleixo, na viola, e Francisco Gaspar, na viola baixo, os mesmos com quem gravou.

De Beatriz da Conceição (1939-2015), Gisela João canta “Fado para esta noite” e, do repertório de Amália Rodrigues (1920-1999), interpreta “Lá na minha aldeia”, “Naufrágio”, “Senhor extraterrestre”, “Quando os outros te batem, beijo-te eu” e “Há palavras que nos beijam”, este último, um poema de autoria de Alexandre O’Neill, também já gravado por Mariza e Cristina Branco.

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De Cartola (1908-1980), a fadista gravou “As rosas não falam” e “O mundo é um moinho”, enquanto de Chavela Vargas (1919-2012), que se destacou na interpretação de ‘rancheras’ mexicanas, gravou “Llorona”.

Além de “Sombras do passado”, de Ana Sofia e Frederico Pereira, outro inédito gravado é “Noite de S. João”, de Capicua, que canta na melodia tradicional do Fado Triplicado, de José Marques.

Gisela João, que o júri do Prémio José Afonso considerou que “talvez não seja exagero considerar a melhor voz que já apareceu depois de Amália“, gravou, de David Mourão-Ferreira, “Labirinto ou não foi nada”, no Fado Vianinha, de Francisco Viana, e, de Francisco Ribeiro (“Ribeirinho”), “Naquela noite de janeiro”, no Fado Acácio, de Acácio Gomes.

Gisela João, natural de Barcelos, fez parte do elenco do restaurante típico Senhor Vinho, da fadista Maria da Fé e do poeta José Luís Gordo, e, em 2013, gravou o álbum em nome próprio, no qual incluiu inéditos como “Vieste do fim do mundo” e recuperou, dos repertórios de Amália, “Sei finalmente”, e de Flora Pereira, “Sou tua”. Anteriormente, a intérprete tinha gravado com a banda Atlântida, em 2009.

A fadista tem atuado com regularidade no estrangeiro, e este ano fez parte do Festival “Aqui mora o fado”, que se realizou em setembro, no bairro lisboeta de Alfama.