As reformas estruturais já realizadas por Portugal irão permitir aumentar o Produto Interno Bruto em mais de 3% de forma acumulada até 2020, afirmou esta segunda-feira, em Lisboa, o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Angel Gúrria, que apresenta no Ministério das Finanças o relatório económico de Portugal referente a 2014, qualifica de uma grande conquista os progressos que, diz, fizeram de Portugal um dos países que mais reformas fizeram desde 2008, sendo que este período cobre ainda os três anos de programa de resgate da troika.
“Portugal fez progressos extraordinários em muito pouco tempo”, disse o responsável da OCDE, mostrando-se esperançado que as autoridades portuguesas vão “manter a apetência pelas reformas que já demonstraram no passado”, mas relembra que não está tudo feito.
“Não obstante os progressos, a recuperação de Portugal continua a ser uma recuperação em curso, um trabalho em andamento. Existem muitos desafios pela frente, precisamos de um crescimento mais robusto para gerar mais emprego”, advertiu Angel Gúrria.
Resposta à questão salarial está na competitividade
O secretário-geral da OCDE respondeu ainda às questões relacionadas com os salários na economia, afirmando que só “um aumento da produtividade vai permitir aumentar os salários”.
“Esta é a resposta da questão do nível salarial”, afirmou. Para que isto aconteça, Portugal tem de conseguir constantes melhorias nos resultados das exportações. Caso contrário, não é possível também garantir a sustentabilidade da dívida externa de Portugal.