O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, denunciou que “alguém anda a utilizar a fiscalidade verde como pretexto para antecipar eventuais aumentos que não têm adesão à realidade”. O ministro, citado pela Lusa, respondia aos números apresentados hoje pelo presidente da Galp que apontam para um aumento de 5 a 6,5 cêntimos por litro de combustível em 2015, na sequência de medidas de fiscalidade e ambientais.

“Não há razões para assustar as pessoas com aumentos que não estão previstos, a partir da fiscalidade verde”, sublinhou o ministro, questionado pelos jornalistas sobre declarações feitas hoje pelo presidente da Galp. Ferreira de Oliveira atribuiu às novas políticas governamentais um aumento de 346 milhões de euros no custo total dos combustíveis para o próximo ano. O presidente da Galp incluía nas contas a subida da contribuição rodoviária, a taxa do carbono e o aumento da incorporação de biodiesel e etanol no gasóleo e gasolina, previstos a partir de 2015. O efeito combinado destas medidas será de 5,1 cêntimos no gasóleo e de 6,5 cêntimos na gasolina, segundo as contas da maior petrolífera.

Fiscalidade verde, através da taxa de carbono, irá representar um aumento de 1,5 cêntimos por litro, tanto na gasolina como no gasóleo, de acordo com Moreira da Silva.

Para Moreira da Silva, o aumento dos preços dos combustíveis previsto pela Galp para 2015, devido à fiscalidade verde e a outras medidas do Governo, não tem adesão à realidade. “Como é que a fiscalidade verde pode representar 350 milhões de euros de aumento na área dos combustíveis, quando representa no seu todo 165 milhões de euros e 95 milhões de euros na área dos combustíveis?”, atirou o governante, que falava à margem de uma cerimónia de inauguração de um novo posto de carregamento de gás natural veicular.

De acordo com Moreira da Silva, a fiscalidade verde, através da taxa de carbono, irá representar um aumento de 1,5 cêntimos por litro, tanto na gasolina como no gasóleo. A este valor o ministro somou dois cêntimos por litro que são atribuídos à contribuição rodoviária, “que não tem nada a ver com a fiscalidade verde, pois está ligada à Estradas de Portugal”. “Anda muito longe dos seis ou sete cêntimos referidos”, considerou.

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