Do Porto, de Francisco Assis, para Castelo Branco, de António José Seguro. No fim, chegou António Vitorino, na casa mais cheia da campanha eleitoral, para assumir a despesas do discurso que tem sido acentuado na última semana de campanha: a meta é aplicar uma pesada derrota ao Governo e para isso é preciso roubar votos ao PCP e convencer a abstenção.

Nas palavras de Francisco Assis, o desejo para o fim de semana está selado:

“Estas eleições também devem servir para que os portugueses se ergam e aprovem nas urnas uma verdadeira moção de censura política e eleitoral ao Governo”.

A abstenção “é um protesto inconsequente. O único consequente, aquele que dói ao governo, que desestabiliza a candidatura [da coligação], o que está entre as costelas e que remexe com dor, é o voto no PS”, disse o mandatário da candidatura em Castelo Branco.

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António Vitorino foi a Castelo Branco lembrar que a “austeridade cega é imposta por uma Europa comandada pela direita” e que “infelizmente o governo é o seguidor acrítico”. Palavras que colam no pedido de Seguro de que estas eleições têm uma dimensão nacional.

Depois de António José Seguro ter atirado ao PCP, ao almoço em Gaia, Vitorino seguiu a mesma senda, lembrando que os comunistas são contra o euro, até porque os comunistas estão a subir nas sondagens e o PS precisa, para aplicar a “pesada derrota ao Governo”, não só dos votos que estão a fugir para os comunistas, como também para a abstenção.

E foi por isso que nos últimos dias, António José Seguro insistiram na mensagem nacional. Até porque os temas europeus não levantam salas e Seguro quer capitalizar o descontentamento: “O governo não queria que falássemos de Portugal. Queria que só falássemos da Europa”, disse. No distrito natal, Seguro falou para “conhecidos” que tinha na sala e prometeu: “Fizemos as contas e estamos em condições de começar uma trajetória de recuperação dos rendimentos, começando pelos reformados e pensionistas”.

Promessa feita por um homem que se diz de palavra até porque “na politica como na vida não somos todos iguais”. A “palavra de honra” de que os cortes são para devolver já é repetida na campanha socialista, sobretudo depois da apresentação do “Contrato de Confiança”, o documento de 80 medidas que Seguro apresentou no último fim de semana.