Esta quarta-feira, será anunciada a shortlist do Man Booker Prize, a lista dos seis finalistas a um dos mais importantes prémios literários de língua inglesa. A concurso estão autores como Sebastian Barry, Ali Smith e Fiona Mozley. Mas quem é que poderá chegar à final? Um dos favoritos é, sem dúvida, o norte-americano Colson Whitehead (recentemente publicado em Portugal pela Alfaguara).

A longlist, anunciada no final de julho, é composta sobretudo por autores britânicos e norte-americanos, que passaram a poder concorrer a partir de 2014. Nesse ano, graças à alteração das regras, o Man Booker Prize passou a estar acessível a escritores de qualquer nacionalidade cujas obras tenham sido escritas originalmente em inglês e publicadas por uma editora registada no Reino Unido. Foi assim que o jamaicano Marlon James e o norte-americano Paul Beatty puderam ganhar o prémio em 2015 e 2016, respetivamente.

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Colson Whitehead editou o primeiro romance em 1999. Contudo, foi depois da publicação de The Underground Railroad que ficou verdadeiramente conhecido. O romance conta a história de Cora, uma escrava que foge de uma plantação de algodão na Geórgia e que embarca numa viagem pela underground railroad, uma mítica linha de comboio subterrânea que terá servido de fuga a milhares de negros nos Estados Unidos da América. O sucesso de The Underground Railroad tem sido tal que Whitehead foi considerado pela revista Time uma das personalidades mais influentes de 2017. O romance já lhe valeu este ano o Pulitzer Prize de ficção e o National Book Award, aos quais se pode vir a juntar o Booker.

Entre as apostas mais prováveis contam-se também, de acordo com o jornal The Guardian, os autores Jon McGregor, com Reservoir 13, George Saunders, com Lincoln in the Bardo (publicado em Portugal pela Relógio d’Água), e Sebastian Barry, com Days Without End. Sobre Lincoln in the Bardo convém dizer que este é o primeiro romance de Saunders, que se estreou em 1996 com a coletânea de contos CivilWarLand in Bad Decline (sem tradução em português). O livro, considerado um dos mais aguardados de 2017, passa-se depois da morte do filho de Abraham Lincoln, William Wallace Lincoln, e retrata a dor do presidente dos Estados Unidos que, de acordo com relatos da altura, terá tido uma depressão.

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Apesar não fazerem parte da lista de favoritos, o The Guardian avança com a possibilidade de o irlandês Mike McCormack, autor de Solar Bones, e a paquistanesa Kamila Shamsie, autora de Home Fire, chegarem à lista de finalistas. Se as apostas do jornal britânico estiveram certas, isto significa que a shortlist do Man Booker deste ano será composta por dois escritores norte-americanos, dois britânicos e dois irlandeses, com metade dos romances a passarem-se nos Estados Unidos no século XIX. Kamila Shamsie seria, portanto, a única mulher.

Arundhati Roy, que voltou este ano ao romance com The Ministry Of Utmost Happiness, o muito aguardado segundo livro, também está nomeada para o galardão inglês. O romance, cheio de personagens inesperadas e complexas que se cruzam num local improvável, é um relato da Índia moderna onde cada um tenta procurar o seu lugar e o seu porto seguro. Esta é a segunda vez que Roy está nomeada para o Man Booker Prize, que venceu em 1997 com o seu primeiro livro, The God of Small Things (tanto um como outro estão publicados em português pela ASA). Contudo, muitos acreditam que Roy não passará à fase seguinte. Paul Auster, que entrou para a longlist com 4 3 2 1, também não deverá integrar a shortlist.