O Governo acusou esta terça-feira os sindicatos da TAP de faltarem à palavra ao não suspenderem a greve marcada para os dias 27, 28, 29 e 30 de dezembro. De acordo com Sérgio Monteiro, sindicatos e Executivo já tinham chegado a um acordo que passava pela constituição de um grupo de trabalho para estudar de que forma poderiam ser acomodados os interesses dos trabalhadores. A privatização da companhia aérea, que vai mesmo avançar, nunca esteve em cima da mesa de negociações.
“Na reunião que aconteceu nesta sala na passada sexta-feira foi acordado com os sindicatos que compõem a plataforma representativa das organizações de trabalhadores da TAP que a privatização não estava em causa. Aquilo que estava em causa na reunião e na discussão era a defesa de interesses específicos e legítimos que os trabalhadores queriam que fossem acomodados no caderno de encargos”, disse o governante.
Segundo Sérgio Monteiro, o acordo previa que fosse criado um grupo de trabalho até meados de janeiro para que uma parte dessas preocupações fossem acomodadas no caderno de encargos para a privatização da TAP.
Todavia, de acordo com o secretário de Estado, três dias depois do acordo alcançado, os sindicatos enviaram uma proposta, cujo ponto número um passava, precisamente, pela não-privatização da TAP como condição prévia para a desconvocação da greve. Tal, foi visto pelo Governo como um passo atrás nas negociações.
“A forma como 72 horas depois da reunião se procurou condicionar a constituição do grupo de trabalho a uma condição que não tinha sido acordada na reunião (…) revela que os sindicatos não estão interessados em continuar o processo negocial”, sustentou Sérgio Monteiro.
O secretário de Estado dos Transportes garantiu, ainda, que “o Governo lamenta profundamente esta decisão dos sindicatos”, naquilo que considera ser um “processo altamente lesivo” para o país, para a economia portuguesa e para as “muitas famílias que se procuram reunir nesta quadra natalícia”.