O Presidente da República reiterou esta quarta-feira que já transmitiu “as regras” para “uma solução governativa sólida, estável e coerente” em 2015, argumentando que o país deve habituar-se ao compromisso e às negociações demoradas que as coligações implicam.

“Depois de três anos em que se exigiram sacrifícios pesados aos portugueses, na sequência da execução do programa de assistência económica e financeira, que foi negociado numa situação de emergência, em maio de 2011, Portugal não pode prescindir, após o próximo ato eleitoral, de uma solução governativa sólida, estável e coerente”, declarou Cavaco Silva.

O chefe de Estado, que falava perante os embaixadores portugueses, no Palácio de Belém, sublinhou que “em 25 dos 28 países da União Europeia existem governos de coligação, quase todos dispondo de apoio maioritário nos respetivos parlamentos”.

“As negociações para a constituição dessas coligações foram às vezes muito demoradas. Dez coligações em países da Europa levaram mais de 30 dias a ser negociadas”, disse, argumentando que Portugal tem que se “habituar não apenas à cultura do compromisso, mas também, eventualmente, a negociações entre partidos, demoradas, para encontrar entendimentos”.

“A responsabilidade pela construção de soluções governativas sólidas, estáveis e coerentes cabe exclusivamente às forças partidárias. O Presidente da República, no quadro das suas competências, já fez questão de anunciar publicamente e transmitir às forças partidárias a regras que tem que ser respeitadas por forma a garantir a estabilidade política e governativa”, declarou.

Segundo Cavaco Silva, essa estabilidade “é essencial para que Portugal inicie uma trajetória sustentável de aproximação aos níveis de desenvolvimento médio da União Europeia, indispensável para combater o desemprego e combater a pobreza”.

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