O Estado Islâmico cumpriu a promessa de executar o jornalista japonês. Os militantes islâmicos divulgaram um vídeo que mostra a decapitação do refém Kenji Goto, 47 anos. As imagens contêm os mesmos símbolos que estão presentes nos outros vídeos do EI e o governo japonês já reconheceu que mostram o jornalista, que era um repórter de guerra veterano. Goto terá sido executado por um militante com “sotaque inglês”.
O jornalista freelancer chegou à Síria em outubro para ajudar a libertar Haruna Yukawa. Foi raptado quando tentou salvar o colega que entretanto foi morto. No dia 25 de janeiro, o Estado Islâmico confirmou a morte de Haruna Yukawa. Agora, o governo japonês está a tentar autenticar o vídeo que mostra a execução de Kenji Goto que é divulgado uma semana depois das imagens do primeiro refém morto.
“Não posso deixar de sentir uma forte indignação perante um ato terrorista desumano e desprezível tenha voltado a ser cometido”, afirmou Youshihide Suga, membro do gabinete do executivo de Tóquio. O militante que aparece no vídeo da execução responsabiliza o primeiro-ministro japonês, numa mensagem dirigida a Shinzo Abe: Por causa da sua decisão precipitada de fazer parte de uma guerra que não pode ser ganha, esta faca não só cortará a cabeça de Kenji, como continuará a causar chacina onde quer que se encontre o seu povo. Que o pesadelo para o Japão comece”.
O governo de Abe empenhou-se a fundo na libertação do jornalista, um correspondente de guerra experiente que tinha sido capturado em outubro de 2014. A ameaça de execução dos reféns japoneses foi feita depois de Tóquio ter anunciado um pacote de 200 milhões de dólares de ajuda não militar os países que lutam contra o Estado Islâmico.
O EI começou por pedir um resgate de 200 milhões de dólares pela libertação dos dois japoneses. Entretanto deu um prazo de 24 horas para ser cumprida a exigência feita à Jordânia libertar o militante iraquiano Sajida al-Rishawi. Mas a troca terá sido dificultada pelo facto de a Jordânia exigir também a libertação de um prisioneiro. O vídeo não faz referência a outro refém do EI, o piloto jordano Muath ak Kasaesbeh, capturado depois do seu avião se despenhar durante uma missão de ataque ao Estado Islâmico. Numa gravação feita no início da semana, Goto ameaçava matar o piloto se não fosse libertado um terrorista iraquiano preso por causa de um atentado terrorista em Aman.
Os Estados Unidos já condenaram as investidas do EI. O porta-voz do National Security Council afirma que já viram o vídeo em causa e estão a trabalhar “para confirmar a autenticidade do mesmo”. Bernadette Meehan diz que os EUA pedem a “libertação imediata de todos os reféns. Estamos solidários com o Japão”.