Paulo Macedo está neste momento a dizer aos deputados na Assembleia da República que “recusa” o “preço monopolista” pedido pela farmacêutica para o medicamento inovador de tratamento da Hepatite C e acusa as “pressões” que está a sentir e que deveriam ser direcionadas para a indústria farmacêutica. Do outro lado de lá da bancada estão a ouvi-lo o filho de uma doente com hepatite C, que morreu recentemente, e um doente, que aguarda a disponibilização do medicamento inovador para a doença.

Na audição pedida pelo PCP, Paulo Macedo começou por dizer que pretende disponibilizar a breve trecho o medicamento inovador, mas que o impasse nas negociações se deve às exigências da farmacêutica: “A questão é que até agora, temos tido um preço monopolista – de apenas uma entidade, cujo único argumento que tem para o preço é a sua efetividade. É um critério que recusamos completamente, porque assim a penicilina tinha de ser paga a peso de ouro. Não aceitamos que alguém nos imponha (…) uma política de preços opaca”, acrescentou Macedo.

Na audição, o ministro da Saúde acusou no entanto as críticas, dizendo que as pressões deveriam ser direcionadas para a empresa farmacêutica:

“A parte mais fácil é pressionar o Governo. (…) Seria desejável pressionar a farmacêutica. (…) As pressões a única coisa que fazem é dar mais poder à indústria farmacêutica”.

O laboratório que comercializa esse remédio e o Governo mantêm as negociações com vista a chegarem a um acordo sobre o preço do medicamento. Macedo disse esta manhã que espera conseguir um acordo brevemente para não ter apenas centenas de doentes em risco de vida a serem tratados, mas que o medicamento chegue a “milhares de pessoas”.

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Numa lateral da sala onde está reunida a comissão parlamentar da saúde estão três familiares de doentes com hepatite C, um dos quais David Gomes, filho de uma mulher que morreu recentemente com a doença.

David Gomes disse à Lusa que vai esperar pelo final da audição para entregar um documento ao ministro da Saúde e questioná-lo sobre o acesso ao medicamento Sofosbuvir.

Além de David Gomes, estão presentes um doente que aguarda o medicamento e o filho de uma doente que está internada.

No exterior do Parlamento, vários doentes participaram numa pequena manifestação pelo acesso ao fármaco.

Os deputados têm acusado o ministro da Saúde de ser o responsável pela situação nas urgências hospitalares, com Paulo Macedo a responder com as medidas tomadas pelo seu governo nesta área.