O treinador do Benfica, Bruno Lage, não considerava o clássico frente ao FC Porto “decisivo”, mas a vitória por 2-1, que deixou as águias isoladas na liderança do campeonato, deu a certeza a Bruno Lage de ter o título nas próprias mãos: “Somos o principal candidato ao título. Temos é de seguir com equilíbrio, focados no treino e com a determinação de evoluir jogo a jogo”.”Se fizéssemos os jogos todos ao mesmo tempo não tínhamos hipótese. Como fazemos um a um, vamos fazendo a nossa caminhada”, reforçou Bruno Lage, sublinhando a importância do processo.

A equipa com amor ao clube caiu aos pés do miúdo que ama o futebol (a crónica do FC Porto-Benfica)

A recuperação do Benfica com Bruno Lage no comando não vem, garante o treinador, de uma crença na reviravolta, mas numa “crença no bom trabalho, que é o nosso dia a dia”. Aliás, é isso que deixa o técnico encarnado satisfeito, o trabalho “jogo a jogo”. “Há sempre a coisa de ver as coisas a longo prazo, mas o futebol vive-se um dia de cada vez“, sublinhou.

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A importância do resultado foi tal para o Benfica que Bruno Lage assumiu que o trabalho da equipa nestes jogos era o que lhe dava a legitimidade para continuar a trabalhar: “Já agradeci aos jogadores por duas coisas. Pela atitude mostrada no treino, que permite construir esta equipa, e por estarem a fazer de mim treinador. O mérito é todo deles, e esta caminhada de dois meses tem sido realizada pelo que os jogadores fazem em campo”. O treinador reforça que os parabéns devem ir para o coletivo: “Não foi o Bruno, foram os jogadores que nos deram este resultado“.

O jogo dividiu-se em três momentos, para Bruno Lage. Primeiro um FC Porto que “entrou muito bem” e marcou cedo, de bola parada. Depois um Benfica “por cima do jogo”, com a “estabilidade emocional” para chegar ao golo do empate: “Tentamos controlar o Porto e depois o jogo veio parar-nos à mão“. A reviravolta no jogo “não era uma questão de sorte, mas de planeamento”. Depois do golo de Rafa Silva (que fez o 2-1) a partida tornou-se numa batalha tática em que “o FC Porto respondeu muito bem”, mas o Benfica conseguiu “controlar de forma brilhante”.

O clássico foi equilibrado, do ponto de vista do treinador do Benfica, que referiu a importância da resposta da equipa à expulsão de Gabriel, na segunda parte: “Fechámos com cinco defesas, com três médios a defender, e deixámos o ponta de lança para aguentar a bola”. “Houve alterações claras da parte do FC Porto para chegar ao golo, apostando nos cruzamentos” E a resposta do Benfica foi exatamente impedir o jogo do FC Porto pelas alas e aguentar o resultado, acrescentou.

O Benfica, assume Bruno Lage, não tentou surpreender. “Não era difícil acertar no nosso onze, olhando para os nossos últimos cinco ou seis jogos“, admitiu o treinador, destacando ainda que o Benfica se adaptou ao adversário: “Temos de nos reinventar, porque cada jogo tem a sua história. Temos a nossa dinâmica, mas há um lado estratégico a preparar”. A posição de Herrera e o uso de dois ou de três médios por parte do FC Porto foram focos da preparação das águias para o confronto.

Se emocionalmente estivermos tranquilos respondemos em campo da melhor forma“, reforço Bruno Lage, que viu “um grande jogo” com um “resultado justo em que venceu a melhor equipa“. Mas Bruno Lage não considera que a performance tenha sido perfeita. “Seferovic e Pizzi falharam duas oportunidades claras de golo na primeira parte”, exemplificou, recusando a ideia de que o Benfica tenha sido mais eficaz frente ao FC Porto do que noutras partidas.