Cabe aos ministros das Finanças da zona euro que compõem o Eurogrupo decidirem se aceitam ou não a proposta que o Governo grego entregou esta quinta-feira, que pede uma extensão do acordo de empréstimo em seis meses. Esta é a reação de uma fonte do Governo grego, citada pela agência Reuters, à recusa por parte de Berlim desta mesma proposta.
“O Governo grego entregou uma carta ao Eurogrupo a pedir uma extensão por seis meses de um acordo de empréstimo. Amanhã [sexta-feira], no Eurogrupo, só haverá duas opções: ou se aceita ou se rejeita o pedido grego“, disse a fonte do Governo à Reuters, numa declaração que acabou por ser incluída num comunicado oficial do governo helénico.
Escassas horas depois de o governo alemão ter mostrado que não irá dar a sua aprovação ao pedido grego, nos termos em que foi feito, o governo grego deixa a nota: “Na reunião do Eurogrupo, ficará claro quem quer encontrar uma solução e quem não quer“.
O Ministério das Finanças da Alemanha considerou que a proposta entregue esta quinta-feira pela Grécia ao Eurogrupo, a ser discutida em reunião extraordinária na sexta-feira, “não contém uma solução substantiva” para o impasse e que “não está em linha com os critérios do Eurogrupo”. Rejeita, por isso, a extensão pedida pelo Governo grego.
Porta-voz do Ministério das Finanças alemão, Martin Jaeger, diz à Bloomberg que a Alemanha não vê no conteúdo da carta uma “solução substantiva” para o impasse que se arrasta há várias semanas. Segundo o governo alemão, a Grécia está a pedir “um financiamento intercalar sem cumprir as exigências do programa de resgate”.
O Governo grego entregou esta quinta-feira ao Eurogrupo o pedido formal de uma extensão do empréstimo europeu ao Estado grego. A carta grega pede para que se use a “flexibilidade possível no acordo atual”, aproximando-se do discurso de Jeroen Dijsselbloem, para “concluir com sucesso o acordo existente”. Mas isto “com base em propostas do Governo grego e das instituições”.
A Comissão Europeia, liderada por Jean-Claude Juncker, considerou que o pedido é “um sinal positivo que pode abrir caminho para um compromisso razoável para a proteção da estabilidade financeira na zona euro como um todo”, afirmou um porta-voz da Comissão Europeia.