António Sampaio da Nóvoa diz que está disponível para lutar pelo país. O antigo reitor da Universidade de Lisboa é bem conhecido no meio académico, mas para os restantes portugueses poderá ser ainda um desconhecido. Mas é esta diferença, esta mudança, que considera que Portugal precisa. Admite, no entanto, que enquanto candidato quer acrescentar algo de novo, não quer prejudicar.

“A disponibilidade não é para ser presidente ou candidato. É no sentido de estar disposto a dar tudo pelo país, seja em que lugar for. O que me interessa é que haja mudança e um novo ciclo político em Portugal”, disse Sampaio da Nóvoa ao Jornal de Notícias.

Sampaio da Nóvoa diz que o que o atrai e motiva são as coisas que se dizem ser impossíveis. “Só vale mesmo a pena darmos a vida pelas coisas que fazem a diferença. Este é o tempo de uma certa honra pelo país, de acreditar que há saídas e que é possível fazer de outra maneira. É esse desafio que me traz aqui.”

Sobre a candidatura à Presidência da República, assume que vai tomar uma decisão ainda em abril e critica quem deixar este tipo de decisão para outubro, depois das legislativas. “Não é sério dizermos que somos candidatos em outubro para umas eleições que acontecem dois meses depois”, diz Sampaio da Nóvoa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Se decidir assumir esse gesto, terá de ser rapidamente. Tenho assistido com algum desconforto ao turbilhão das últimas semanas. Tem havido banalização, até uma certa ridicularização de um momento que é decisivo para os portugueses. Esse momento de brincar ao esconde-esconde tem de acabar, é preciso que as pessoas afirmem as suas decisões, as suas ideias para o país.”

Como modelo de candidato, Sampaio da Nóvoa usa o General Ramalho Eanes, que na altura foi apoiado pela esquerda e pela direita. Admira-o por ter sido independente e por não pensar no cargo por interesses pessoais. E acrescenta: “Quem gosta muito de dinheiro deve afastar-se da política.” Outros presidentes em quem se revê são Mário Soares e Jorge Sampaio.

O (possível) candidato que poucos portugueses conhecem quer mais do que um apoio à esquerda e à direita, quer os votos das “45% de pessoas que se abstém de votar”. “O apoio dessas pessoas é absolutamente decisivo.”Mas não deixa de valorizar os vários partidos: “Precisamos de política a sério e de que todas as pessoas, na social-democracia, no socialismo, nos movimentos sociais, se unam.”