Uma sobrevivente do ataque à Universidade de Garissa, no Quénia, foi hoje descoberta escondida dentro de um armário do edifício, mais de 50 horas depois do ataque que fez 148 mortos, a maioria estudantes, anunciou a Cruz Vermelha.
“Uma sobrevivente foi encontrada dentro da Universidade” pelas forças de segurança que se encontram no campus universitário, disse à agência de notícias francesa AFP Arnolda Shiundu, responsável pela comunicação da Cruz Vermelha no Quénia.
“Ela estava escondida dentro de um armário”, especificou a mesma fonte.
Segundo Arnolda Shiundu a sobrevivente “foi levada para o hospital e está a ser examinada pelos médicos”.
De acordo com uma fonte policial em Garissa, a sobrevivente esteve escondida num armário durante dois dias, tendo sido descoberta a meio da manhã de sábado, mais de 50 horas após o início do ataque perpetrado por um comando do grupo radical islâmico somali Al Shabab.
Em comunicado, este grupo ameaçou hoje fazer novos ataques no Quénia se o Governo não retirar as tropas que tem destacadas na Somália.
Na nota, intitulada ‘Enterrando as esperanças do Quénia’, os autores do atentado que na sexta-feira causou 148 mortos na universidade de Garissa, advertem que a presença do exército queniano na Somália, que acusam de matar civis e bombardear povos, levará a mais represálias contra a população queniana, que responsabilizam por ter elegido o atual Governo.
“Enquanto o vosso Governo persistir no caminho da opressão, pondo em prática políticas repressivas e continuar com a sistemática perseguição de muçulmanos inocentes, os nossos ataques também continuarão”, adiantam no comunicado.
O ataque à universidade de Garissa foi o mais mortífero em solo queniano depois do atentado da Al Qaida contra a embaixada norte-americana em Nairobi em 1998, que causou 231 mortos.
No comunicado, cuja autenticidade foi confirmada por um porta-voz do Al Shabab, os islamitas ligados à Al Qaida explicam que no ataque à universidade separaram os muçulmanos dos cristãos para matar apenas estes.