A nove pontos do primeiro lugar e a três do segundo no Campeonato. Fora da Taça de Portugal. Sem Taça da Liga. No final de janeiro, em termos práticos e teóricos, o Benfica já não está na luta por nenhuma competição interna e tem os oitavos de final da Liga dos Campeões contra o Ajax enquanto oásis no deserto.

Pedro, um jóquer que faz com que todas as cartadas sejam apostas ganhas (a crónica da final da Taça da Liga)

Os encarnados, recordistas absolutos na Taça da Liga com sete conquistas, perderam pela primeira vez uma final da competição e não conseguiram agarrar um jogo em que até foram para o intervalo a ganhar. O Benfica perdeu a sexta final para o Sporting, entre Finalíssima de Campeonato, Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga, e prolongou um jejum de títulos que já começou há cerca de dois anos e meio, em agosto de 2019, com a Supertaça conquistada frente aos leões.

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A derrota deste sábado, contudo, tem um significado maior para o Benfica do que a continuação de um já duradouro período sem conquistas. Para o Benfica, a derrota deste sábado representa o início da confirmação de mais uma época sem títulos, o início da confirmação de uma época inconsequente e com mudança de treinador pelo meio e o início da confirmação de uma época em que Nélson Veríssimo voltou a não ter o efeito que Bruno Lage teve quando substituiu Rui Vitória. E o treinador encarnado, que vai ficar até ao final da temporada mas que não está a conseguir construir com vitórias e alegrias o caminho para se tornar a cara do próximo projeto de Rui Costa, analisou uma final em que Adán fez a primeira defesa aos 90+4′ de forma totalmente literal.

“No final, o Sporting fez mais um golo. Foi um jogo competitivo, como se estava à espera. Aberto, com muitas situações de perigo de parte a parte. Chegámos com todo o mérito à vantagem na primeira parte, sofremos o empate num momento crucial do jogo mas a equipa continuou no jogo e com o controlo das incidências. Acabámos por sofrer o golo numa transição mas a equipa nunca abdicou de ir atrás do resultado. Acabámos por não conseguir fazer o golo do empate. No fim, perdemos”, disse Veríssimo.

Mais à frente, o técnico explicou a opção pela titularidade de Meïté, que apareceu no onze inicial em detrimento de Paulo Bernardo. “O Meïté faz parte do plantel. O importante é nós percebermos os jogadores que temos, as características deles, o que trazem para o jogo. Entrou bem contra o Boavista e podia ser opção, assim como outros que acabaram por não entrar”, explicou, defendendo que a ausência de resultados por parte do Benfica não é “uma questão mental”. “É questão de treinar, de perceber onde temos de melhorar e ganhar o jogo. Essa questão mental tem vindo a ser falada mas não é por aí”, atirou.

“Assumimos que perdemos. Deixámos fugir um dos objetivos, assumimos isso com frontalidade e assumimos essa responsabilidade. Temos ainda a Liga pela qual lutar, é óbvio que não vamos abdicar apesar dessa diferença pontual. E temos a eliminatória da Liga dos Campeões contra o Ajax. O importante agora é o próximo jogo contra o Gil Vicente, em nossa casa. É recuperar os atletas, que fizeram tudo para chegar a outro resultado, que mostraram um grande compromisso, que deram tudo o que tinham. É recuperá-los e pensar no próximo jogo”, terminou Nélson Veríssimo.