Se os portugueses fossem hoje chamados às urnas, o Partido Socialista (PS) ganharia com 37,6% dos votos, ou seja, sem maioria absoluta, de acordo com a sondagem da Intercampus feita para a TVI, Público e TSF. A coligação PSD/CDS-PP fica atrás do PS, registando 32,7% das intenções de voto dos portugueses. Estes resultados contrariam as últimas sondagens, que davam a coligação à frente dos socialistas.

Em terceiro lugar aparece o PCP, com 11% das intenções de voto, e só depois o Bloco de Esquerda, com 6%. Já 6,7% dos inquiridos nesta sondagem, que utiliza a técnica de simulação de voto em urna, admitem votar num dos outros partidos.

E se é verdade que estes resultados não dão maioria absoluta ao PS, 66% dos inquiridos defendem que a melhor solução para estas legislativas é precisamente a maioria absoluta. Se tal não for possível, os inquiridos dividem-se entre uma coligação entre os três partidos do poder PS/PSD e CDS-PP (36,4%) e uma coligação dos partidos de esquerda (33,4%).

Costa vendia mais carros em segunda mão

Saltando dos partidos para os líderes, é ao líder do PS, António Costa, que é atribuída a melhor nota (4,7 numa escala até 10), embora negativa, à semelhança dos restantes. Logo a seguir aparece Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, e a pior nota vai para Paulo Portas, do CDS/PP (3,2).

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E quando a comparação é apenas entre António Costa e Pedro Passos Coelho, o secretário-geral do PS ganha em tudo: 42,3% dos inquiridos consideram que este tem mais qualidades para ser primeiro-ministro e apenas 31,6% acham que Passos reúne mais qualidades.

Os inquiridos consideram também que António Costa é mais decidido, sério, honesto e simpático, competente, trabalhador e capaz de liderar do que Passos Coelho.

E quando em causa está a confiança que os inquiridos depositam nas duas figuras, Costa leva a taça. Neste ponto as perguntas são mais concretas e ainda que muitos dos inquiridos tenham respondido “nenhum deles”, é o líder do PS que os inquiridos escolheriam, por exemplo, para ser “professor de um filho seu”, “juiz num caso de tribunal”, “uma pessoa da sua família”, “pessoa a quem comprava um carro em 2ª mão” ou “a pessoa a quem confiava um segredo”. A distância entre Costa e Passos Coelho no conjunto das 11 perguntas nunca é inferior a quatro pontos e chega mesmo aos nove pontos de vantagem para Costa.

Segundo a sondagem, quase 75% dos portugueses dizem que o país está mal ou muito mal. E na comparação com a situação de há quatro anos, 37% dizem que o país está pior, 23% consideram que está igual e 22% dizem que está melhor. A maioria dos inquiridos avalia de forma negativa a atuação do Governo, mas também não faz melhor apreciação das propostas feitas pela oposição.

Criar emprego e baixar impostos devem ser, segundo os portugueses, as principais preocupações do próximo Executivo.

A sondagem realizada pela Intercampus para TVI, Público e TSF foi recolhida através de entrevista direta e pessoal, com base num questionário e utilizando a técnica de simulação de voto em urna.

A amostra é constituída por 1.014 entrevistas e o trabalho de campo foi levado a cabo entre 26 de junho e 4 de julho de 2015.