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O lugar ao sol de Rafik chegou à sombra de um Figueira (a crónica do Benfica-Estoril)

Este artigo tem mais de 6 meses

Benfica foi melhor a todos os níveis, falhou bolas isolado e acertou no poste aos 90+6' mas Estoril nunca se escondeu do jogo, teve um grande guarda-redes e fez brilhar magia de Rafik (1-1, 4-5 g.p.).

Rafik Guitane já tinha marcado ao FC Porto, voltou a marcar ao Benfica e chega a janeiro com a temporada mais concretizadora da carreira
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Rafik Guitane já tinha marcado ao FC Porto, voltou a marcar ao Benfica e chega a janeiro com a temporada mais concretizadora da carreira

EPA

Rafik Guitane já tinha marcado ao FC Porto, voltou a marcar ao Benfica e chega a janeiro com a temporada mais concretizadora da carreira

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Há males que vêm por bem, também há bens que depois parecem vir por “mal”. A entrada de Vasco Seabra no comando técnico do Estoril teve o condão de melhorar o rendimento da equipa e a trajetória em ascensão encontrou dois pontos altos nos triunfos frente ao FC Porto para o Campeonato e para a Taça da Liga, a que se seguiram duas goleadas com “chapa quatro” frente a Desp. Chaves e Farense. Os canarinhos subiram muito mas desceram a igual velocidade, sofrendo pela primeira vez na presente temporada quatro derrotas consecutivas naquela que era a pior fase na época. Uns a cair a pique, outros a voar em sentido contrário: após três empates seguidos entre Liga e Champions, o Benfica partiu para uma série de oito vitórias seguidas que não só manteve a equipa apenas um ponto da liderança do Campeonato como permitiu ainda o apuramento para as próximas fases das competições a eliminar. Se dúvidas existissem sobre a diferença entre equipas, até o próprio contexto em que chegava a meia-final da Taça da Liga adensava esse cenário.

Estoril vence Benfica nas grandes penalidades e garante lugar na final da Taça da Liga

“Quando iniciamos uma competição queremos sempre vencer, estamos completamente concentrados nestas meias-finais. O adversário é perigoso, corajoso, joga um futebol atacante, já marcou muitos golos e por isso é sempre um desafio. Queremos ir à final mas o Estoril também. Estamos bem preparados. Analisámos o jogo que fizeram [na última semana], em que acreditaram sempre, já ganharam duas vezes ao FC Porto e sabemos como são perigosos. Não vi nenhum jogador do Estoril que não mostrasse agressividade, ataque. Vão tentar acelerar o jogo e temos de estar preparados para isso”, apontara Roger Schmidt, numa conferência onde era bem percetível a confiança em mais um bom resultado. Aliás, até mais do que Estoril e Taça da Liga, aquilo que se falou foi de mercado, saídas e quatro entradas que vieram equilibrar o plantel dos encarnados.

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“Se ficámos com uma equipa mais forte? É difícil comparar jogadores. Às vezes as coisas acontecem, com a janela de transferências aberta tudo pode acontecer. Depois, temos de respeitar a vontade dos jogadores. Respeito muito os futebolistas que saíram, ajudaram-nos bastante, mas o momento era de eles saírem e tivemos de contratar novos reforços. Os que chegaram estão felizes por jogarem num clube grande como o Benfica. Trazem entusiasmo e qualidade, o que é bom para nós. São jogadores para o futuro, jovens. Estou feliz com a equipa, com os jogadores que chegaram, mas também com os que saíram”, destacou, entre as entradas de Marcos Leonardo, Álvaro Fernández Carreras, Gianluca Prestianni e Benjamín Rollheiser e as saídas de David Jurásek (que custara 14 milhões de euros), Gonçalo Guedes, Chiquinho e João Victor.

Os momentos de adaptação das caras novas são diferentes, com o avançado brasileiro bem mais à frente do que o espanhol e os argentinos, mas a chave para o ressurgimento da melhor versão do Benfica passou mais pelos que já estavam no grupo. O setor defensivo melhorou e muito a sua produção a nível de golos sofridos e oportunidades concedidas, o meio-campo ganhou outra capacidade para gerir os momentos do jogo, o ataque recuperou a eficácia não só pelos desequilíbrios de Di María mas sobretudo pelo aumento de rendimento de Rafa nos golos, nas assistências e na capacidade de definir no último toque. Mesmo em final de contrato, era o ex-internacional que assumia outra preponderância nas ações da equipa, desequilibrando com e sem bola as estruturas defensivas adversárias e garantindo resultados que aumentavam a confiança coletiva.

Mais uma vez, Rafa foi um dos principais desequilibradores mas voltou aos tempos em que pecava e muito na finalização. Pecou Rafa, pecou Ángel Di María (com o azar de ver um remate de meia distância bater no poste no último minuto de descontos após defesa de Dani Figueira), pecou António Silva, pecou Musa, pecou na parte final Marcos Leonardo. O Benfica produziu muito no plano ofensivo, sobretudo até no período em que esteve em desvantagem, mas não foi eficaz e caiu por aí como tinha acontecido ao Sporting na véspera. No entanto, com uma nuance. É verdade que muitas vezes a derrota de um “grande” tem tendência a atribuir mais demérito a quem perde do que mérito a quem ganha mas, em Leiria, o Estoril teve a virtude de nunca se esconder do jogo e perceber todos os seus momentos. Com menos armas, ganhou a guerra e mostrou que a próxima batalha frente ao Sp. Braga pode permitir ainda um pouco mais nesta Taça da Liga, naquela que é também um prémio para a exibição de Dani Figueira e para o futebol de Rafik Guitane.

Ficha de jogo

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Benfica-Estoril, 1-1 (4-5 nas grandes penalidades)

Meia-final da Taça da Liga

Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria

Árbitro: Cláudio Pereira (AF Aveiro)

Benfica: Trubin; Aursnes (Tomás Araújo, 81′), Otamendi, António Silva, Morato (Álvaro Carreras, 81′); João Neves, Kökçü (Tiago Gouveia, 67′); Di María, João Mário, Rafa (Arthur Cabral, 90+5′) e Musa (Marcos Leonardo, 67′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Florentino Luís, Rollheiser e David Neres

Treinador: Roger Schmidt

Estoril: Dani Figueira; Volnei (Pedro Álvaro, 74′), Mangala, Bernardo Vital; Wagner Pina (Tiago Araújo, 62′), Koba Koindredi (Ndiaye, 81′), Mateus Fernandes, Rodrigo Gomes; Rafik Guitane, Heriberto (João Marques, 62′) e Cassiano (Alejandro Marqués, 74′)

Suplentes não utilizados: Marcelo Carné, Raúl Parra, João Carlos e Michel

Treinador: Vasco Seabra

Golos: Rafik Guitane (16′) e Otamendi (58′)

Grandes penalidades: João Mário (1-0), Rafik Guitane (1-1), Marcos Leonardo (defesa de Dani Figueira), Alejandro Marqués (1-2), Otamendi (2-2), Ndiaye (2-3), Arthur Cabral (3-3), João Marques (defesa de Trubin), Di María (4-3), Tiago Araújo (4-4), Tomás Araújo (ao lado) e Bernardo Vital (4-5)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Roger Schmidt (45′), Wagner Pina (45+1′), Kökçü (45+1′), João Mário (60′), Mangala (67′), Morato (77′), Tiago Gouveia (89′) e Mateus Fernandes (90+1′)

Com João Neves de regresso às opções iniciais após os ligeiros problemas físicos que o deixaram no banco frente ao Boavista e com Musa no lugar de Arthur Cabral, o Benfica apresentou a versão habitual em termos táticos e de ideia de jogo frente a um Estoril que se submeteu a uma terapia de choque depois da partida com o Arouca e apresentou cinco caras novas entre todos os setores. Ter Cassiano na frente em vez de Alejandro Marqués é diferente, apostar em Heriberto em vez de João Marques também, mas foi o posicionamento de Rodrigo Gomes que mais “inclinou” os habituais fluxos ofensivos da equipa, como se viu logo na primeira saída do jogo pela esquerda que acabou em canto no minuto inicial. Os canarinhos não se escondiam do jogo mas os encarnados acabaram por agarrar pouco depois o controlo da partida, com mais capacidade a nível de recuperação, mais posse e um primeiro remate com perigo de Di María após movimento diagonal (7′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Benfica-Estoril em vídeo]

Além de jogar com uma linha defensiva muito subida colocando a equipa a defender num bloco de 30 metros que subia ou descia consoante o movimento da bola, o Estoril apostava depois nas saídas rápidas para tentar surpreender o Benfica. Koba Koindredi, num desses momentos, deixou mais um cartão de visita ao seu mais do que provável futuro clube, o Sporting, com uma jogada em velocidade desde o meio-campo a passar todos os adversários antes de ver João Neves impedir o remate à entrada da área (10′). Ficava o aviso para o que se passaria mesmo uns minutos depois: Mangala recuperou uma bola a Di María na esquerda, Rodrigo Gomes e Heri aproveitaram a subida de Aursnes para criarem a vantagem numérica e Rafik Guitane recolheu o cruzamento rasteiro para passar por Morato e rematar sem hipóteses ao primeiro poste (16′). Se o Benfica começava a assentar o seu jogo ofensivo mais posicional e tentava perceber a melhor forma de fugir à defesa subida do adversário, foi o Estoril que conseguiu marcar logo no primeiro remate que fez à baliza.

A resposta, essa, não iria demorar. Rafa, sozinho na área depois de uma grande jogada coletiva que teve um cruzamento tenso de Aursnes à direita, viu Dani Figueira fazer uma defesa “impossível” para canto (20′). A seguir, na sequência de mais um canto na esquerda do ataque, António Silva desviou de cabeça ao primeiro poste mas fez a bola passar ao lado sem desvio à boca da baliza (24′). Os encarnados iam fazendo constantes variações de corredores, com bola por dentro e por fora, aproveitavam a largura que os laterais davam e os posicionamentos interiores de João Mário e Di María para procurarem os espaços em aberto mas o Estoril ia resistindo, entre mais uma ocasião flagrante em que Rafa isolou Di María mas Dani Figueira defendeu com as pernas o remate do argentino isolado na área (36′) e um desvio de cabeça de António Silva após canto de Di María à direita que saiu perto da trave (44′). Apesar de todas as oportunidades, mantinha-se o 1-0.

Ao intervalo, Roger Schmidt foi fiel e coerente com o que estava a passar em campo, preferindo por não fazer qualquer alteração logo de início perante o caudal ofensivo que o Benfica conseguia ter mesmo sem golos. Até Musa, talvez a unidade em menor evidência nos 45 minutos iniciais, tinha a sua relevância na forma como ia tentando arrastar centrais contrários para deixar espaço aos criativos. A “aposta” surtiu efeito e foi o croata que catapultou os encarnados para a melhor fase, primeiro com um remate defendido por Dani Figueira (57′) e depois com duas ações determinantes para o golo do empate, a recuperar a bola em zonas ofensivas e a fazer uma simulação de corpo que permitiu que o passe de João Mário encontrasse Otamendi para o remate de primeira para o 1-1 (58′). A pressão surtia efeito e havia mais de meia hora com tudo em aberto.

Rafa ainda teve um remate forte mas por cima da trave na “onda” após o empate mas Roger Schmidt, nessa fase, percebeu que teria de mexer perante aquilo que o jogo apresentava (e com o Estoril de quando em vez à procura de transições que pudessem colocar a bola no último terço). Assim, lançou Tiago Gouveia para fazer todo o corredor esquerdo colocando João Mário no meio e trocou Musa por Marcos Leonardo, procurando com o brasileiro outra mobilidade e movimentações que pudessem furar a defensiva contrária (68′).

A ideia fazia sentido mas duas/três saídas dos canarinhos, mesmo sem finalização, deixaram o Benfica naquela fase em que sabe que tem de atacar mas não pode também descurar a transição ofensiva, o que motivaria mais tarde a troca de laterais nos encarnados. Antes, Marcos Leonardo teve a vitória nos pés após grande arrancada de Tiago Gouveia e jogada de combinação entre Rafa e Di María mas atirou sozinho ao lado (82′). Di María ainda voltou a tentar à figura de Dani Figueira (86′) e teve um remate de meia distância que bateu no poste após desvio do guarda-redes no último minuto de descontos mas era ali que estava a chave para fechar o tempo regulamentar antes das grandes penalidades, que sorriram ao Estoril, depois das tentativas falhadas por Marcos Leonardo, João Marques e Tiago Araújo (que atirou ao lado da baliza).

 
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