Ataques aéreos israelitas em Gaza atingiram uma mesquita e um centro de caridade para deficientes na madrugada deste sábado, afirmam responsáveis da Palestina. O exército israelita alega que o local seria fachada para esconderijo de armas do Hamas. Em cinco dias o conflito já fez mais de 120 mortos, todos do lado palestiniano. Sem perspetivas de terminar em breve, o número pode subir nas próximas horas.
De acordo com o jornal britânico Guardian, só na madrugada desde sábado foram mortas 16 pessoas na sequência de ataques aéreos à Faixa de Gaza, totalizando mais de 120 mortos e 960 feridos, escreve o Guardian, citando fontes médicas.
Um dos locais atingidos foi uma mesquita. Israel defende-se dizendo que o local é usado pelo Hamas para esconder rockets e estabelecer redes de túneis subterrâneos. O Hamas disse que o bombardeamento demonstra hostilidade em relação ao islão e deu ao grupo “o direito de ampliar a nossa resposta para deter este ocupante”.
O número de mortos já passou os 120 desde que Israel começou a operação “Protective Edge” no início de dia 8 de julho, com o objetivo de parar o disparo de mísseis sobre a fronteira Israel-Palestina por grupos militantes.
No Twitter, o exército israelita informou, este sábado, que já realizou 1160 ataques desde o início do conflito.
Esta é a mais mortífera onda de violência desde novembro de 2012, com um número cada vez maior de mísseis disparados tendo como alvo Jerusalém, Tel Aviv e até Haifa, no norte de Israel.
Até ao momento nenhum israelita foi morto no conflito. Porém, dois soldados ficaram gravemente feridos, um num ataque de morteiro no fim de dia 10 e outro quando um míssil atingiu uma bomba de gasolina na cidade portuária de Ashod, no sul de Israel, no início desta sexta-feira.
Navi Pillay, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, emitiu, nesta sexta-feira, um pedido de investigação aos ataques aéreos israelitas em Gaza, devido a relatórios que levantam “sérias dúvidas” se estão a cumprir a lei humanitária internacional.
“Estes relatórios levantam sérias dúvidas se os ataques aéreos israelitas estão ser executados de acordo com lei humanitária internacional e lei internacional para os direitos humanos”, denunciou ao Guardian. “O lançamento indiscriminado de rockets de Gaza” pode também constituir uma fuga à lei, acrescentou a alta comissária das Nações Unidas.