Várias personalidades lançaram esta semana uma petição para apoiar Maria de Belém à Presidência da República. A petição vai ser dada a conhecer esta semana e conta com várias assinaturas de figuras de várias áreas da sociedade civil. Ao todo já são cem os notáveis que assinaram a petição.

A iniciativa partiu de um grupo de cidadãos e está a ser organizada por um apoiante da deputada do PS, que trabalha na área da saúde. Ao Observador, fonte do PS próxima de Maria de Belém confirma que a iniciativa conta já com várias assinaturas e que vai ser tornada pública esta semana. Entretanto, o jornal Expresso avança que a iniciativa foi organizada por Joshua Ruah, médico, que justifica a petição com a personalidade de Maria de Belém: “Além de ser mulher, o que é fundamental, além de ter experiência política, possui características de seriedade, imparcialidade e uma capacidade de estabelecer pontes que fazem dela a pessoa indicada para ser o próximo Presidente da República”.

Para já, grandes nomes da política ficam de fora desta petição, que pretende mostrar que Maria de Belém, ex-presidente do PS, tem apoios na sociedade civil além do plano político. No leque estão nomes como a escritora Rita Ferro e Leonor Xavier e a sexóloga Marta Crawford. Além destes nomes, há dois que sobressaem: o dos reitores da Universidade Nova, António Rendas e o reitor do ISCTE, Luís Reto. Os nomes sobressaem uma vez que já há um candidato da academia, Sampaio da Nóvoa, no terreno.

Ao Expresso, a candidatura de Sampaio da Nóvoa reagiu a esta iniciativa colando-a a uma intenção de divisão dentro do PS: “As declarações de adeptos de uma candidatura de Maria de Belém mostram que esta é uma candidatura de fação partidária, feita contra o secretário-geral do PS, destinada a dividir o PS, a esquerda e os portugueses. As eleições presidenciais não são nem podem ser uma segunda volta das eleições primárias do PS”.

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A petição aparece numa altura em que o PS está dividido sobre o apoio nas eleições presidenciais. Na direção do partido, não é consensual um eventual apoio a Sampaio da Nóvoa e cresce no partido a ideia de o PS poder não dar apoio a nenhum candidato.

Maria de Belém tem mantido o silêncio sobre as suas intenções, não confirmando nem desmentido a candidatura, o que acaba por alimentar o tabu, ao mesmo tempo que espera por uma onda de apoio. Quem deu o tiro de partida foi a eurodeputada Ana Gomes, que sugeriu o nome da ex-presidente do partido durante uma comissão política do PS, logo depois das eleições primárias que elegeram António Costa como líder do partido. Maria de Belém tem sido falada desde então, e tem vindo a recolher apoios na praça pública.

Nos últimos tempos, várias têm sido as personalidades que se têm pronunciado sobre o assunto, apesar de ainda não haver uma estrutura oficial de candidatura.

Francisco Assis e João Proença, em declarações ao Observador, afirmaram que viam com “simpatia” a sua candidatura, por vir do centro-esquerda. Entre os seguristas, parece mais unânime o apoio à ex-presidente do partido, com Eurico Brilhante Dias, que é um dos nomes apontados como estando a organizar os apoios, a sublinhar ao Público que a “grande vantagem” da socialista em relação a outros nomes, como Sampaio da Nóvoa, é o facto de “ter índices de notoriedade muito elevados”. Outro dos apoios que é também falado é o de Manuel Alegre, mas o histórico socialista ainda não o declarou.

Ao Expresso, Maria de Belém chegou a admitir que havia “cada vez mais gente” a abordá-la no sentido de avançar, dizendo que não estava a causar nenhuma “fratura” interna. Mas sem confirmações.

NOTA: Notícia atualizada este sábado com mais informações do jornal Expresso.