O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou nesta quarta-feira, em Bruxelas, que Portugal não quer desperdiçar fundos comunitários, como no passado, pelo que vai “aproveitar bem” os apoios da União Europeia para 2014-2020, de mais de 25 mil milhões de euros.
Passos Coelho, que falava à saída de um encontro com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, no qual participaram também o comissário da Política Regional, Johannes Hahn, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, e que assinalou a conclusão das negociações entre Bruxelas e Portugal sobre o acordo de parceria para a utilização dos fundos comunitários para os próximos sete anos, sublinhou por diversas vezes que Portugal não aproveitou da melhor forma no passado os apoios da UE, algo que quer inverter agora.
Segundo o primeiro-ministro, os fundos, que ascendem a 25,3 mil milhões de euros (contabilizando também os fundos para a Agricultura) “trazem a Portugal, agora, a oportunidade de, ao contrário do aconteceu em quadros anteriores, estar em condições de executar os novos fundos mais rapidamente” e, sobretudo, “melhor”.
“Recordo que há sete anos atrás, ao fim de dois anos Portugal ainda não tinha conseguido executar (sequer) 2% do quadro financeiro que estava à sua disposição. Creio que desta vez estaremos em condições de executar mais depressa mas, sobretudo, de executar melhor”, disse, apontando que foi por essa razão que “no centro das negociações esteve justamente a criação de um quadro de incentivos que possam produzir um resultado diferente” daquele que foi obtido no passado.
Os próximos sete anos, disse, “serão decisivos para que Portugal possa inverter a tendência dos últimos 15 anos”, afirmou o primeiro-ministro.
O chefe de Governo insistiu que “Portugal dispôs de meios importantes para que a sua economia pudesse convergir com a média europeia, e, no entanto, os últimos sete anos foram de divergência grande”, pelo que, desta feita, “o essencial dos fundos europeus estarão à disposição das empresas portuguesas, da competitividade da economia portuguesa e, nessa medida também, do crescimento sustentável e do emprego sustentável”.
Os próximos sete anos, disse, “serão decisivos para que Portugal possa inverter a tendência dos últimos 15 anos, em que não houve o melhor aproveitamento possível”.
“Não foi tudo mau, como é evidente, mas desperdiçámos muitas oportunidades que agora não queremos desperdiçar”, reforçou, salientando também que o novo quadro financeiro sucede a “três anos de grandes dificuldades na economia do país”, durante os quais Portugal “fez um esforço enorme para conseguir corrigir equilíbrios internos e externos”
Durão Barroso manifestou a convicção de que Portugal vai fazer o melhor uso de um “montante muitíssimo importante, que vai beneficiar diretamente o crescimento e o emprego em Portugal”.
“Agora, estes cerca de 25,3 mil milhões de euros para os próximos anos serão decisivos para tornar mais robusta a recuperação económica do país, mas, sobretudo, para lhe dar sustentabilidade para os próximos anos. Estou certo de que saberemos aproveitar bem estes fundos e que conseguiremos aplicar os incentivos positivos que agora ficaram acordados”, para fomentar o crescimento e a sustentabilidade do emprego.
Passos Coelho reiterou os agradecimentos à Comissão, e em particular a Durão Barroso, pela sua “colaboração intensa” que permitiu ser possível atingir “um nível tão importante de fundos”, tendo o presidente do executivo comunitário manifestado também a sua convicção de que Portugal vai fazer o melhor uso de um “montante muitíssimo importante, que vai beneficiar diretamente o crescimento e o emprego em Portugal, nomeadamente as empresas e os trabalhadores”.
“Estou seguro que Portugal vai aproveitar bem, vai investir bem, porque verifiquei durante as negociações que Portugal estava verdadeiramente interessado nos setores que podem, de facto, trazer não mais despesa, não mais desperdício, mas sim mais investimento para a competitividade e crescimento”, afirmou.