O PS gasta mais em cartazes. O PSD e CDS preferem dar brindes. Literalmente. É o que se conclui dos orçamentos de campanha entregues esta segunda-feira no Tribunal Constitucional e divulgados na íntegra esta terça-feira no site do Palácio Ratton. O PCP é o partido que mais gasta, em comparação com os orçamento da última campanha das legislativas, em 2011.

O orçamento do PS (um total de 2,6 milhões de euros) contempla um gasto de 456 mil euros em cartazes, estruturas e telas — os tais que tanta polémica criaram neste período pré-eleitoral –, ao passo que a Portugal à Frente (PàF) não conta ultrapassar os 100 mil euros (num total de 2,8 milhões). A verdade é que esta “discrepância” socialista pode estar relacionado com a mudança imprevista de cartazes, mas, quer no caso do PS, quer no caso da coligação, a verdade é que os três partidos dispõem, no país, de centenas de outdoors próprios, os quais não entram para a despesa de aluguer das estruturas. Nesse caso, só o material impresso é despesa.

A coligação, por sua vez, “poupa” nos cartazes, mas estima gastar mais 70 mil euros que o PS em brindes. A maior despesa (966 mil euros) do Partido Socialista será em “comícios, espectáculos e caravanas”. Segue-se a “propaganda, comunicação impressa e digital”, com um custo de 535 mil euros. Na coligação, a maior despesa vai, ao contrário do PS, para a “propaganda, comunicação impressa e digital”, que deverá ser superior a 780 mil euros. Logo em seguida vêm os “comícios, espectáculos e caravanas” (644 mil euros) e a “concepção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado” (370 mil euros).

De entre os restantes partidos que concorrem às legislativas, destaque para outra coligação, a CDU, que une o Partido Comunista ao PEV, e que gastará 1,5 milhões de euros na campanha. As maiores “fatias” da despesa serão distribuídas por “custos administrativos e operacionais (550 mil euros), “propaganda, comunicação impressa e digital” (400 mil euros) e por “comícios, espetáculos e caravanas” (300 mil euros). A coligação faz questão de referir que não gasta um cêntimo que seja em “concepção de campanhas, agências de comunicação e estudos de mercado”.

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O PCP pretende assim gastar mais do que na campanha de 2011, em que orçamentou 995 mil euros e apenas gastou 925 mil.

O Bloco de Esquerda, coordenado por Catarina Martins, também não gasta um cêntimo com agências e estudos, mas, parte do orçamento de 598 mil euros, mais “modesmo”, é distribuído para “comícios, espetáculos e caravanas (205 mil euros), bem como por “estruturas, cartazes e telas (139 mil euros) e “propaganda, comunicação impressa e digital” (134 mil euros).

O LIVRE/Tempo de Avançar de Rui Tavares e Ana Drago vai gastar 215 mil euros em orçamento de campanha, enquanto o AGIR – PTP/MAS, que tem na ex-deputado bloquista Joana Amaral Dias o rosto mais conhecido, vai despender “somente” 12 mil.